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Ministério da fazenda

Independentemente da origem, novo ministro da Fazenda precisa ter autonomia

Nelson Barbosa:Trabalhou no governo de 2003 a 2013, sempre assessorando Guido Mantega, primeiro no Ministério do Planejamento e, depois, na Fazenda, onde assumiu a secretaria executiva em 2011. Deixou o cargo supostamente por não concordar com os rumos da política fiscal | José Cruz / ABR
Nelson Barbosa:Trabalhou no governo de 2003 a 2013, sempre assessorando Guido Mantega, primeiro no Ministério do Planejamento e, depois, na Fazenda, onde assumiu a secretaria executiva em 2011. Deixou o cargo supostamente por não concordar com os rumos da política fiscal (Foto: José Cruz / ABR)
Luiz Carlos Trabuco Cappi:Sociólogo, é presidente do Bradesco, onde trabalha desde os 18 anos. Estaria entre os favoritos de Lula e tem a simpatia da presidente Dilma, mas é uma nomeação delicada do ponto de vista político – na campanha, a presidente atacou Marina Silva por sua proximidade com os bancos |

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Luiz Carlos Trabuco Cappi:Sociólogo, é presidente do Bradesco, onde trabalha desde os 18 anos. Estaria entre os favoritos de Lula e tem a simpatia da presidente Dilma, mas é uma nomeação delicada do ponto de vista político – na campanha, a presidente atacou Marina Silva por sua proximidade com os bancos

Henrique Meirelles:Presidente do Banco Central no governo Lula e conhecido por não temer elevar os juros para combater a inflação, é outra opção para agradar o mercado financeiro logo de saída. Assim como Trabuco e Barbosa, teria sido indicado por Lula. No entanto, não é bem quisto por boa parte do PT |

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Henrique Meirelles:Presidente do Banco Central no governo Lula e conhecido por não temer elevar os juros para combater a inflação, é outra opção para agradar o mercado financeiro logo de saída. Assim como Trabuco e Barbosa, teria sido indicado por Lula. No entanto, não é bem quisto por boa parte do PT

Aloizio Mercadante:Um dos fundadores do PT, é ex-ministro da Educação e o atual chefe de Casa Civil. É muito identificado com as atuais políticas econômicas do governo e, dentre os mais cotados para a Fazenda, é o que conta com menor simpatia no mercado financeiro |

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Aloizio Mercadante:Um dos fundadores do PT, é ex-ministro da Educação e o atual chefe de Casa Civil. É muito identificado com as atuais políticas econômicas do governo e, dentre os mais cotados para a Fazenda, é o que conta com menor simpatia no mercado financeiro

Otaviano Canuto:Assim como Mercadante, é oriundo da Unicamp, escola de economistas de linha desenvolvimentista, mas não é visto como heterodoxo. Foi secretário de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda no primeiro mandato de Lula e hoje é consultor sênior do Banco Mundial para os Brics |

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Otaviano Canuto:Assim como Mercadante, é oriundo da Unicamp, escola de economistas de linha desenvolvimentista, mas não é visto como heterodoxo. Foi secretário de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda no primeiro mandato de Lula e hoje é consultor sênior do Banco Mundial para os Brics

Rossano Maranhão:Foi funcionário de carreira do Banco do Brasil, que presidiu de 2004 a 2006, no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje é presidente do Banco Safra. Ou seja, é conhecido do governo e tem trânsito no setor financeiro privado |

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Rossano Maranhão:Foi funcionário de carreira do Banco do Brasil, que presidiu de 2004 a 2006, no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje é presidente do Banco Safra. Ou seja, é conhecido do governo e tem trânsito no setor financeiro privado

Nomear para o Ministério da Fazenda um representante do setor financeiro seria uma tacada certeira para acalmar o mercado e restabelecer rapidamente a confiança de investidores e empresários. Mas não é imprescindível que o novo ministro venha de um banco – algo que, aliás, nunca ocorreu desde a redemocratização.

A questão é que um nome do setor empresarial não financeiro ou da academia talvez demore mais para ser "absorvido" e tenha de fazer um esforço maior para conquistar os chamados "agentes econômicos". A avaliação é de economistas consultados pela Gazeta do Povo.

Na hipótese de que a presidente Dilma Rousseff queira mesmo alterar o rumo da política econômica, é consenso que o novo ministro precisa de autonomia, o que poucos viam em Guido Mantega. Por isso, quanto mais alinhado a presidente for o escolhido, mais difícil será resgatar a credibilidade.

"O perfil do novo ministro faz diferença porque o governo perdeu credibilidade", diz Antônio Carlos Alves dos Santos, professor de Economia da PUC-SP. Segundo ele, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, um dos cotados para assumir o cargo, reúne as qualidades ideais. "Chamar alguém da indústria seria interessante, mas pode despertar a desconfiança do mercado, por passar a impressão de que a política econômica continuará a mesma, de subsídios e proteção à indústria."

Compromisso

Para o economista Otto Nogami, professor do Insper, o ministro ideal combinaria passagem pelo setor financeiro com um robusto arcabouço acadêmico – algo que ele vê em Armínio Fraga, "nomeado" por Aécio Neves na campanha eleitoral. Na falta de candidatos com essa combinação, o economista vê como boas opções o presidente do Bradesco e também Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central. "Eles são gestores, com capacidade para equilibrar a economia, e uma eventual insuficiência acadêmica pode ser complementada por uma assessoria forte, como Meirelles tinha no BC."

O consultor Roberto Troster, que foi economista-chefe da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), defende que mais importante que o nome do futuro ministro é o compromisso com uma mudança de direção na política econômica. "Um bom nome ajuda, mas não é fundamental. Pode ser um acadêmico, um executivo, um político, desde que esteja disposto a fazer o que é preciso. O Antonio Palocci [ministro da Fazenda de 2003 a 2006], médico e político, fez o que tinha de ser feito", lembra.

Bom trânsito

O presidente da Ordem dos Economistas do Brasil, Manuel Enriquez Garcia, acredita que não se pode abrir mão de um "nome forte", com bom trânsito em instituições internacionais e no setor privado. "A figura de quem assume o cargo ganha importância em momentos críticos como o atual. Chamar um político, um ex-ministro, não vai restaurar a confiança", avalia.

Entre os concorrentes que correm por fora está Otaviano Canuto, consultor sênior do Banco Mundial. A favor dele conta o fato de aliar credibilidade no mercado e sensibilidade a temas caros ao governo, como as políticas sociais. "É um meio termo", diz um economista que pediu para não ser identificado.

Bolsa

Ibovespa avança 3,6% em meio à expectativa sobre equipe econômica

Das agências

Especulações sobre nomes da nova equipe econômica do governo federal fizeram o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, subir 3,62% ontem, atingindo 52.330 pontos. O volume de negócios totalizou R$ 9,328 bilhões. No ano, a bolsa acumula alta de 1,60% e no mês de outubro, baixa de 3,30%. Após a reação negativa de segunda-feira à reeleição da presidente Dilma Rousseff, as atenções dos investidores estão concentradas na definição de quem comandará o Ministério da Fazenda e nas medidas prometidas pela presidente para impulsionar a economia.

O dólar fechou em queda. O comercial, usado no comércio exterior, recuou 1,94%, para R$ 2,474. A moeda à vista, referência no mercado financeiro, caiu 1,65%, para R$ 2,479. No ano, a alta das duas cotações é de cerca de 5%. Os mais cotados

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