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Sabatina Galípolo Banco Central
Indicado por Lula para comandar o Banco Central, Gabriel Galípolo passa por sabatina no Senado.| Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidir o Banco Central de 2025 a 2028, o economista Gabriel Galípolo foi aprovado por unanimidade em sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira. Foram 26 votos, dos 27 integrantes. O presidente da comissão não vota.

A votação na CAE foi aberta antes da sabatina. Muitos senadores votaram e deixaram a sessão antes das respostas.

Galípolo precisará ter sua indicação apreciada pelo plenário do Senado, o que deve ocorrer ainda nesta terça. A mesa da CAE pediu urgência na votação do plenário. As duas votações são secretas.

Com o aval da maioria dos senadores, ele vai suceder Roberto Campos Neto, que preside o Banco Central desde o início do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Galípolo destacou, em sua apresentação, o compromisso com a estabilidade financeira e a liberdade garantida pelo presidente Lula para a gestão da política monetária.

Como esperado, as perguntas dos senadores na sabatina se concentaram na interferência do Planalto para a redução das taxas de juros, considerando que a composição do comitê de Política Monetária do próximo ano contará com sete dos nove integrantes indicados por Lula.

Galípolo disse que a autonomia do BC é uma expressão que gera incompreensões e reforçou o papel da autoridade monetária perseguir a meta de inflação estabelecida pelo "governo democraticamente eleito".

"Sou a favor que o BC nem participe das decisões de inflação pelo Conselho Monetário Nacional. O BC precisa perseguir a meta com as políticas restritivas necessárias para isso", afirmou.

O atual diretor de Política Monetária minimizou as divergências entre as o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto e o presidente Lula. Campos Neto foi eleogiado por senadores pela atuação técnica.

Galípolo descartou diferenças com RCN. "Quanto à questão das críticas ao Roberto [Campos Beto] ou a alguma questão com o próprio presidente Lula, eu sinto que eu gerei uma grande frustração na expectativa que existia de que, ao entrar no Banco Central, fosse começar um grande reality show, com grandes disputas e brigas ali dentro”, disse.

Nas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), Galípolo votou junto com os demais diretores, incluindo Campos Neto. Na última reunião, o Copom elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual, e sinalizou que fará novos reajustes nos próximos meses.

Ele destacou que nunca sofreu "pressão para manter, cortar ou subir os juros" e sempre agiu de forma com sua consciência.

"Preciso dar este testemunho", respondeu ao senador Oriovisto Guimarães, que o questinou sobre sua coragem para enfrentar um pedido de Lula pelo corte de juros. "O presidente sempre garantiu que eu teria toda a liberdade para fazer o melhor para o país."

Papel do BC é ser mais conservador, diz Galípolo em sabatina

Sobre a inflação e o crescimento do país às custas de estímulos governamentais, Galípolo ressaltou o aumento do PIB potencial do país. "Não sabemos exatamente quanto do crescimento foi por aumento de produtividade."

Mas destacou os dados de emprego e o aumento consumo, que forçam uma condução mais rigorosa da taxa de juros. "O papel do BC neste contexto é ser mais conservador".

Galípolo foi questionado sobre as posição em relação às bets, após a divulgação de estudo o BC sobre o uso de recursos do Bolsa Família para as apostas. A nota da autoridade monetária revelou que beneficiários transferiram R$ bilhões via Pix em agosto para sites de apostas esportivas.

"Temos acompanhado o assunto. Mas o BC não tem poder de regulação ou tributação. Nosso interesse é o impacto no endidavidamento das familias e como isso afeta o consumo.", disse.

O economista, de 42 anos, foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda durante o primeiro semestre de 2023, no início do governo. Depois, por indicação de Lula, assumiu a diretoria de Política Monetária do Banco Central, cargo que exerce hoje.

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