A alta da taxa básica de juros (Selic) e a valorização do dólar impactaram, pelo terceiro mês seguido, o indicador de inadimplência do consumidor apurado pela Serasa Experian.
Em agosto, o índice teve queda de 5,5% em relação a julho, enquanto na comparação com agosto de 2012 a retração foi de 10%. Foi a menor variação para o mês de agosto desde 2004. No acumulado de janeiro a agosto, o indicador medido pela Serasa tem alta de 2,2%.
Segundo a Serasa, a queda nesses três meses é fruto de um "posicionamento mais cauteloso do consumidor face à aquisição de novas dívidas/financiamentos, tendo em vista o aumento dos juros e as incertezas do cenário econômico trazidas pela alta do dólar".
Ainda de acordo com os economistas da empresa, o maior interesse dos consumidores em renegociar suas dívidas atrasadas também tem ajudado a reduzir a inadimplência.
Bancos
Por tipo de dívida, o calote com bancos registrou queda de 5,4% em agosto em relação a julho, enquanto as dívidas não bancárias (ou seja, com cartões de crédito, financeiras e lojas) caíram 4,4%. O número de cheques sem fundos diminuiu 13,4%. No sentido contrário, os títulos protestados cresceram 2,1%.
De janeiro a agosto, o valor médio das dívidas não bancárias caiu 5,9%, a R$ 321,50. Já o valor médio dos títulos protestados teve queda de 4,1%, a R$ 1.382,87.
Na contramão, as dívidas com cheques sem fundos tiveram aumento de 9,9% no valor, até R$ 1.634,08. E o valor das dívidas com bancos cresceu 3,7%, para R$ 1.346,05.