A redução do faturamento das empresas exportadoras em virtude da valorização do real não afetou as vendas reais da indústria de transformação brasileira, que aumentaram 0,4% em março em relação a fevereiro. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), é um crescimento relevante pelo fato de ser calculado sobre uma base alta, uma vez que as vendas haviam se expandido 1,2% em janeiro e 0,2% em fevereiro. Na comparação com março de 2006, a alta foi de 4%, conforme mostram os Indicadores Industriais da divulgados pela CNI.

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Os dados mostram uma consolidação do cenário favorável para a indústria devido à demanda interna. Os indicadores, no entanto, são melhores para alguns setores, como de alimentos e bebidas, máquinas e equipamentos, por exemplo, em alta e com vendas reais de 6,4% e 12,6% acima das de março de 2006, respectivamente. Também tiveram expressivas expansões das vendas os setores de minerais não-metálicos (9,7%), papel e celulose (8,9%), borracha e plástico (7,1%) e vestuário (6,5%).

Alguns setores tiveram quedas nas vendas em março ante o mesmo mês do ano passado, como os de materiais eletrônicos e de comunicação (-16,9%), edição e impressão (-3,5%), produtos de metal (-2,7%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-0,5%). Isso evidencia que o crescimento foi puxado por poucos setores: 90% do aumento das vendas foram puxados por segmentos de alimentos e bebidas, máquinas e equipamentos, refino de petróleo e álcool, produtos químicos e metalurgia básica.

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O aumento das vendas reais veio acompanhado de uma expansão do uso da capacidade instalada da indústria, que passou de 81,6% em fevereiro para 81,7% em março, no índice dessazonalizado. No índice original, o crescimento foi de quase dois pontos percentuais, de 80,2% para 82%. Foi o quarto mês seguido de crescimento dessa variável. Segundo os técnicos da CNI, isso é uma sinalização da continuidade dos investimentos na capacidade produtiva das empresas nos próximos meses. Os setores com o maior nível de utilização da capacidade instalada são metalurgia básica (90,6%), papel e celulose (89,6%), veículos automotores (87,7%) e outros equipamentos de transportes (84,2%).

Devido ao crescimento da demanda e das vendas, a indústria de transformação trabalhou mais em março, segundo mostram os Indicadores Econômicos. As horas trabalhadas na produção cresceram 0,2% em comparação a fevereiro, já descontados a sazonalidade e o efeito calendário, e 1,1% ante março de 2007. No primeiro trimestre, as horas trabalhadas na produção foram 2,2% maiores do que em igual período do ano passado.

O mercado de trabalho na indústria continua em alta, com cenário favorável para os próximos meses, na avaliação dos técnicos da CNI. No índice dessazonalizado, o emprego industrial cresceu 0,6% em março em comparação com o mês anterior, acumulando 16 meses consecutivos de crescimento. Foi a maior expansão desde abril do ano passado. Na comparação com março de 2006, a alta foi de 3,8%. No trimestre, o emprego aumentou 3,5% ante o mesmo período do ano anterior.

Os setores que mais contrataram em março foram os de refino de petróleo e álcool, com 17,7%, de alimentos e bebidas, com 11,2%, e de outros equipamentos de transportes, com 9,8%.

Em março, a remuneração paga pelas indústrias cresceu 1% em relação a fevereiro. Em relação a março de 2006, o aumento foi de 5,1%, e de 6,4% no primeiro trimestre deste ano em comparação a igual período do ano passado.

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