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A inflação medida pelo IPCA em Curitiba no mês de março foi de 0,50% e de 1,55% no trimestre, acima dos níveis nacionais. O que mais pesou no bolso do consumidor foram os combustíveis, que acumulam alta de 33% nos três primeiros meses do ano. A maior influência negativa veio das aves e ovos, que caíram 14,06%. "A inflação acumulada até agora pode comprometer a meta de inflação do Ministério da Fazenda, de 5% no ano", avalia o coordenador do curso de economia da Unifae, Gilmar Lourenço.

A gasolina subiu 5,09% no trimestre (4,75% só em março). A grande influência foi a alta do álcool, que subiu 28,89% este ano e 13,83% em março. A partir de maio, com a chegada ao mercado da produção de álcool de 2006, o preço deve cair. "As usinas estão cobrando R$ 1,25 o litro, mas o preço era de R$ 0,84 em novembro", lembra o superintendente da associação dos produtores, a Alcopar, Adriano Dias. Ele lembra que outros países produtores de cana sofreram com a seca na última safra, e com isso os preços internacionais tanto do álcool quanto do açúcar estão altos, e portanto convidando à exportação.

Com a escassez do produto no mercado, o governo adotou este ano medidas de contenção de preço. Para Lourenço, foi uma seqüência de trapalhadas. Em janeiro, a tentativa de tabelamento nas usinas em R$ 1,05 não funcionou. Depois, a solicitação para que as usinas antecipassem a colheita foi acolhida por poucas. E, em março, a redução de 25% para 20% de álcool anidro na composição da gasolina foi insuficiente, encarecendo a gasolina. "Tudo isso cria o temor de que o governo altere as regras do jogo quando bem entender", analisa.

Eulina Nunes, coordenadora do sistema de índices do IBGE, destaca que a alta dos combustíveis, pesada no orçamento das famílias, não se estende para outros serviços influenciados por esse tipo de produto, como transportes. "Está difícil repassar preços ao consumidor", avalia.

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