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Índice continua se afastando do centro da meta

No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA segue perto da margem superior da meta de inflação |
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA segue perto da margem superior da meta de inflação (Foto: )

Em 12 meses, o IPCA está acumulado em 6,01% – a menos de meio ponto porcentual do teto estipulado pelo Banco Central, que é de 6,5%. A meta de 4,5%, com variação de dois pontos porcentuais para mais ou para menos (2,5% a 6,5%), é a mesma determinada anualmente desde 2006 e, desde então, nunca foi ultrapassada. Para o professor Eugênio Stefanelo, da UFPR e da UniFAE, os números eram esperados, já que três elementos pressionam a inflação: o gasto do governo e as expansões do crédito e da renda. "Embora se fale que o governo vai cortar gastos, eles vão continuar em grandes patamares. Somado ao crédito alto e ao baixo índice de desemprego, o mercado tem grande liquidez, o que aumenta o consumo e, consequentemente, os preços", resume.O governo já estaria tomando providências necessárias, segundo o professor Fábio Araújo, da UFPR. Para ele, o aumento da taxa básica de juros (a Selic) não é o mais indicado, já que também aumenta a dívida do governo. "A Selic ajuda, mas foram tomadas medidas macroprudenciais mais importantes, como as restrições ao crédito. Agora, quanto maior o prazo de pagamento, maior a entrada que o consumidor deve pagar", sintetiza. Nesta semana, o Banco Central anunciou a segunda das quatro altas esperadas para este ano na Selic, que passou de 11,25% para 11,75% ao ano. A decisão foi tomada por unanimidade. É a maior taxa desde março de 2009, quando a Selic caiu de 12,75% para 11,25%.

Superaquecimento

Na quinta-feira, quando foi anunciado um crescimento de 7,5% no PIB de 2010 ante o ano anterior, a presidente da República, Dilma Rousseff, e o diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, conversaram sobre os riscos do superaquecimento da economia e a necessidade de crescimento "lento e estável" dos países. "É chegado o momento de desacelerar a economia", afirmou Strauss-Kahn sobre o Brasil após o encontro. O diretor do FMI afirmou que ele e a presidente concordam que "crescimento por si só não é o bastante". (FP, com agências)

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