Índice de confiança da indústria paranaense tem alta, mas segue pessimista

O índice de confiança na indústria de transformação paranaense (Icet-PR) medido pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) registrou uma alta de 0,5% em agosto, em relação a julho. O valor de 41,14 pontos, no entanto, continua na faixa de pessimismo, inferior a 50 pontos.

O índice calcula o sentimento do empresário em relação aos próximos seis meses. Há oito meses a indústria paranaense registra pontuação considerada pessimista, inferior a 50 em uma escala de 0 a 100, "porque o empresário não está percebendo melhoras no futuro próximo", como explica o economista da Fiep Roberto Zurcher.

Composto pelo Índice de Condições Atuais e pelo Índice de Expectativas, o indicador de confiança foi jogado para baixo nos quesitos utilização de capacidade instalada e evolução no número de emprego, no Paraná. Significa que as indústrias estão produzindo menos para garantir que a produção seja escoada, o que leva a cortes no número de funcionários, segundo o economista.

Em agosto de 2013, o valor registrado foi de 51,1 pontos. O clima pessimista paranaense segue a tendência nacional; o Índice de Confiança da Indústria (ICI) calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) registrou em agosto sua oitava queda consecutiva, chegando ao menor nível desde abril de 2009.

Peculiaridades

Além de acompanhar a desaceleração da indústria nacional, o índice paranaense possui algumas peculiaridades. Problemas na fronteira com a Argentina, segundo maior parceiro comercial internacional do estado (depois da China), impactaram os setores de automóveis e alimentos, segundo Zurcher.

O economista explica que o setor alimentício costuma ser o último a sofrer consequências da crise. Em registros anteriores, o setor de agronegócio puxou para cima da média nacional a confiança paranaense.

Zurcher explica que o valor ainda não tem relação com o quadro político eleitoral, pois os números de agosto referem-se a dados coletados no final de julho. Como é referente aos próximos seis meses, as expectativas de quem irá assumir cargos públicos em janeiro também não refletem no indicador.