De cada 100 softwares vendidos no mundo, 35 eram piratas em 2005, o que representou prejuízo de US$ 34 bilhões, segundo pesquisa da Business Software Alliance (BSA) em parceria com a IDC Brasil. A taxa de softwares piratas é a mesma do ano anterior, mas os prejuízos com a pirataria cresceram US$ 1,6 bilhão em 2005, de acordo com a BSA.
O Brasil, segundo o estudo, manteve a taxa de pirataria de software inalterada. De cada 100 softwares vendidos no país, 64 eram piratas em 2005. Os prejuízos, no entanto, cresceram US$ 100 milhões, ou 14% a mais, colocando o país na décima posição entre aqueles que registram mais perdas com a pirataria.
A taxa de pirataria caiu em 51 dos 97 países estudados. Os quatro países com as maiores quedas são China (4%) Rússia (4%), Ucrânia (6%) e Marrocos (4%). Vietnã, Zimbábue, China e Paquistão são os países com as maiores taxas de pirataria. Embora tenha o menor índice de pirataria do mundo, os Estados Unidos registram o maior prejuízo (US$ 6,58 bilhões) por conta do tamanho do mercado.
De acordo com o secretário executivo do Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), André Barcellos, cada país tem suas peculiaridades no comércio ilegal de tecnologia. "A Suécia sofre muito com a troca ilegal de arquivos pela internet, mas lá quase toda a população tem banda larga. Aqui no Brasil, o fenômeno ainda é mais forte nas cópias físicas", explica.
Caso a pirataria no Brasil fosse reduzida em 10%, o setor de software teria um ganho de US$ 3,7 bilhões de dólares, o Estado teria uma arrecadação tributária de US$ 550 milhões, e 21 mil empregos seriam criados.
Redução tributária
"Manter o índice de pirataria é muito ruim e a indústria de software está trabalhando no limite da sua criatividade para combater o problema", avaliou André de Almeida, coordenador jurídico da BSA. A redução da carga tributária para o setor, que chega a ser de 30% do valor de alguns produtos, é uma das 99 demandas no Plano Nacional de Combate à Pirataria.