A indústria brasileira retomou o crescimento no início do terceiro trimestre, mas o ritmo mostrou-se mais lento que o da abertura do ano, enquanto a confiança do setor e o uso da capacidade instalada diminuíram em agosto.
Os dados, divulgados na véspera da decisão do Banco Central sobre o juro básico do país, apontam um cenário de crescimento mais moderado após o repique visto no primeiro trimestre.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), após três meses de queda, a atividade aumentou 0,4 cento em julho ante junho e 8,7 por cento sobre igual mês de 2009.
Analistas consultados pela Reuters projetavam alta mês a mês de 0,8 por cento --com previsões de 0,2 a 1,4 por cento-- e avanço anual de 9,1 por cento --com estimativas entre 8,0 a 11,1 por cento.
"Para a economia em geral, parece estar emergindo uma dicotomia. Enquanto os números da indústria têm sido relativamente brandos, o setor de serviços parece robusto, à medida que os indutores do consumo doméstico continuam em alta --incluindo crédito, mercado de trabalho e confiança do consumidor", destacou Marcelo Carvalho, chefe de pesquisa econômica para América Latina do BNP Paribas, em relatório.
O Santander reduziu sua previsão de crescimento da produção industrial no ano para 11,4 por cento, frente à estimativa anterior de 13,6 por cento.
Na BM&FBovespa, os juros futuros caíram com os dados mais amenos. A maioria dos analistas espera manutenção da taxa básica nesta semana, de acordo com pesquisa da Reuters.
A expectativa também é de que o IBGE confirme, no final da semana, a desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre.
CONFIANÇA
Outra divulgação desta terça-feira mostrou que o índice de confiança da indústria caiu 0,6 por cento, para 112,9 pontos, com ajuste sazonal. Foi a terceira queda consecutiva do indicador da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
"Embora seja ainda elevado em termos históricos, o índice de agosto é o menor desde novembro de 2009", destacou a FGV.
O nível de utilização da capacidade instalada diminuiu para 84,9 por cento, ante 85,1 por cento em julho.
O relatório do IBGE apontou ainda que, em julho sobre junho, 17 dos 27 setores pesquisados tiveram aumento da produção.
Entre as categorias de uso, bens intermediários e bens de consumo duráveis tiveram as maiores altas, de 0,9 por cento. A atividade de bens de consumo semi e não duráveis subiu 0,3 por cento, enquanto a de bens de capital caiu 0,2 por cento.
Na comparação anual, 21 dos 27 setores registraram elevação da atividade. Todas as categorias de uso tiveram crescimento.
Além disso, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) destacou que a produção do setor no Brasil foi a segunda mais afetada pela crise global entre os países do Bric, com queda de 2,5 por cento entre setembro de 2008 e junho deste ano. A Rússia foi a mais prejudicada, com baixa de 32,1 por cento. China e Índia não foram afetados, por esse critério.
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