A Compagas, distribuidora de gás natural do Paraná, é a única da região Sul que ainda não repassou queda no preço do insumo aos seus consumidores. A redução de preço nos outros estados deve-se a uma revisão contratual feita entre a Bolívia e a Petrobras no início do mês. Baseadas nisso, as indústrias paranaenses consumidoras do combustível irão apresentar, no próximo dia 29, uma proposta de redução do preço em 17%.
Para unificar o discurso no pleito, o setor produtivo reuniu-se esta semana na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). O presidente do Sindicato das Indústrias de Vidros, Pisos, Cerâmica e Porcelana do Paraná (Sindilouça-PR), José Canisso, diz que os quatro componentes que norteiam o preço do gás natural já tiveram queda dólar, petróleo, transporte e a própria commodity boliviana. "Por causa disso, nós não queremos falar em desconto. O termo certo é que se tenha uma nova tarifa, compatível com a nova realidade", diz Canisso, representante dos setores que consomem aproximadamente 50% do gás natural industrial fornecido ao estado.
Estimativa
O diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura, Adriano Pires, avalia que a redução no preço do gás boliviano comprado pela Petrobras seja da ordem de 18%. Novas reduções, no entanto, devem acontecer até o fim do ano. "É certo que o preço do gás natural tem que cair a partir de abril, com novas reduções em julho e também em outubro. Isso é obrigatório, se não cair, alguém no meio do processo estará acumulando uma margem de lucro muito alta", frisou. Mas ele também destacou que a responsabilidade não é exclusiva das distribuidoras: quem fixa as tarifas sobre o gás natural é o governo do estado.
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