A produção industrial da China cresceu menos e a inflação surpreendeu ao acelerar em julho, deixando o banco central do país em uma situação difícil na luta para manter o controle dos preços e repelir as crescentes ameaças econômicas externas.
A produção da indústria chinesa avançou 14 por cento em relação a julho do ano passado, um resultado forte, mas abaixo da taxa de 14,6 por cento prevista por economistas e inferior ao crescimento de 15,1 por cento registrado em junho.
A inflação anual subiu de 6,4 por cento em junho para 6,5 por cento no mês passado, o maior nível desde junho de 2008, quando os preços globais do petróleo batiam recordes. Economistas esperavam uma queda para 6,3 por cento.
A China reconheceu que a inflação vai exceder a meta de 4 por cento para este ano, mas, apesar disso, o banco central deve manter a taxa de juros em meio à crise na Europa e nos Estados Unidos.
"Esse é o tipo de dado que levaria o BC a elevar juro, mas dada a turbulência nos mercados financeiros, esperamos que eles adiem isso", disse Wei Yao, economista do Société Générale em Hong Kong.
A formação bruta de capital fixo da China, uma medida dos investimentos, cresceu 25,4 por cento em julho sobre igual mês de 2010.
As vendas no varejo subiram 17,2 por cento em julho sobre o ano passado, contra previsão de economistas de 17,6 por cento e avanço de 17,7 por cento em junho.
"Isso mostra que o crescimento da China não acelerou e continua a desacelerar, e devido à demanda externa mais fraca, continuará a desacelerar", disse Ken Peng, economista sênior do BNP Paribas.
Peng disse que julho provavelmente marcou o pico da inflação.
Desde outubro, a China elevou a taxa de juro cinco vezes e elevou o depósito compulsório dos bancos em nove vezes para combater a inflação.