A imposição de licenças para importação de uma série de produtos, detalhada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta terça-feira, irritou representantes da indústria.
A Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei) teme que o prazo de até 10 dias para a liberação das licenças, estimado pelo ministério, não seja cumprido.
"Antes dessa medida, alguns poucos produtos já precisavam de licença de importação (LI) e isso estava levando 30 dias. Agora quero ver se vão conseguir cumprir esse prazo de 10 dias", destacou à Reuters o presidente da associação, Thomas Lee, que relatou ter tomado conhecimento da medida por meio dos jornais.
A Abimei reúne 78 empresas que importam para o Brasil máquinas do setor metal mecânico, usinagem, corte e conformação e plásticos e representa cerca de 80 por cento do setor.
"Como a medida foi emitida repentinamente, já havia muitas máquinas nos portos e não poderão embarcar para o Brasil. Isso gera conflito com os fornecedores, gera mais custos", acrescentou.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, quer a revogação da decisão. Ele manifestou sua preocupação pessoalmente ao ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, a quem acompanha em missão oficial no norte da África.
"Esperamos a revogação imediata desta medida, pois o setor produtivo não pode pagar mais este preço por mais um descontrole do governo", afirmou Barbato em nota.
O ministério sustentou que a medida é necessária para "monitorar estatísticas de importações brasileiras e identificar divergências nas operações comerciais". A exigência vale para produtos como cereais, malte, têxteis, brinquedos e bens de capital (exceto partes e peças).
Correções
Thomas Lee, da Abimei, espera que o governo corrija a medida nos próximos dias. Se a intenção é proteger empregos, como ele acredita, "o governo deveria fazer isso para produtos finais de consumo, mas não para os meios de produção".
"O principal problema é que essa medida, para defender empregos, inclui uma lista muito grande", disse. "Espero que o governo, como fez uma medida muito repentina, comece a corrigir as imperfeições."
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, alertou que o governo deve ter cuidado para que a medida não prejudique a produção do país.
Ele encontrou-se nesta terça-feira com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, mas disse que o assunto não foi discutido.
"Tenho certeza de que o setor responsável está tomando as medidas cabíveis para no curto prazo não deixar acontecer parada de produção", disse.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast