Levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) mostra que, de janeiro a maio deste ano, o setor apresentou queda no emprego (-0,6%), no faturamento (-0,4%) e nos registros em carteira (- 0,6%), na comparação com o mesmo período do ano passado.
A maior redução, no entanto, foi sentida no nível de utilização da capacidade instalada, com -1,1%. O dólar excessivamente desvalorizado ante o real e os juros elevados são apontados como os principais responsáveis pela perda de fôlego do setor.De acordo com o presidente da Abimaq, Newton de Mello, a tendência é que o desempenho negativo se alastre às demais variáveis econômicas no segundo semestre.
- A desvalorização de 30% verificada no dólar nos dois últimos anos acabou com a competitividade do produto brasileiro tanto no exterior como no mercado interno. Com a substituição dos produtos brasileiros por importações, não há investimento em máquinas para sua produção - diz.
Nos cinco primeiros meses deste ano, o setor de máquinas e equipamentos fechou 1.175 vagas, ao passar de 211.970 trabalhadores em 2005 para 210.795 neste ano.
- Trata-se de uma mão-de-obra especializada, que o empresário resiste em demitir, devido ao investimento feito em treinamento - observa Mello.
Embora apresentem crescimento de 10,7% até maio, as exportações continuam declinando continuamente no acumulado dos 12 últimos meses. Segunda colocada no ranking dos principais exportadores industriais brasileiros, a indústria de máquinas ainda mantém distribuidores e mercados no exterior, tendo como principais destinos os Estados Unidos, a Argentina, Alemanha, México e Reino Unido.
Apesar do balanço positivo, as importações, com aumento de 16,1%, também perdem fôlego no comparativo dos últimos doze meses. O destaque fica para os países asiáticos, sobretudo a China, que alcança a quinta colocação, com crescimento de 98,9% das compras brasileiras de máquinas.