O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, afirmou nesta terça-feira (28), durante a divulgação de dados sobre equipamentos agrícolas na feira Agrishow, que o setor de máquinas no Brasil pode demitir mais de 50 mil funcionários neste ano se o faturamento continuar caindo por conta da crise financeira.
Segundo ele, em janeiro de 2009, o setor registrou queda de 40% no faturamento e no acumulado do primeiro bimestre, a queda foi de 30% em comparação com mesmo período de 2008. No trimestre, o setor registrou recuo de 20% frente ao verificado no mesmo período do ano anterior.
Conforme Aubert Neto, se o percentual de queda de 20% se mantiver, em setembro próximo o faturamento do setor alcançará o mesmo patamar de março de 2007, o que obrigará o setor a demitir e voltar ao nível de emprego naquele período.
"Não acredito que em abril a gente possa ver recuperação. Se a queda do faturamento continuar 20%, vamos atingir em setembro o mesmo faturamento de março de 2007. Nesse período tínhamos 200 mil empregados, hoje temos 251 mil. Dessa forma, teremos 51 mil desempregados", disse.
Os dados de abril do setor de máquinas e equipamentos será divulgado em maio pela Abimaq.
A entidade informou ainda que o setor de máquinas agrícolas registrou queda de 44% no faturamento do primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Críticas
Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq, afirmou que o mau momento vivido pelo setor é acentuado pelas altas taxas de juros e pelos impostos cobrados sobre as máquinas.
"Isso é culpa dos altos impostos. Tenho dado conselhos aos nossos associados. Coloquem quatro rodas nas máquinas ou pintem de branco, para parecer ou automóvel ou geladeira", disse, citando que o governo já reduziu impostos na área automobilística e de alguns eletrodomésticos.
Ele destacou, porém, que o setor de máquinas agrícolas especificamente já tem isenção de Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI), mas isso, segundo Aubert Neto, não resolve o problema do setor. "O que a gente quer é desoneração. Não se compra uma máquina para status, é para gerar emprego, e o Brasil tributa isso."
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