As indústrias de sapatos buscam uma saída para a redução de suas exportações, conseqüência direta da queda do dólar. Entre 2005 e 2007, considerados os dados do primeiro bimestre, as vendas externas de calçados brasileiros tiveram redução de 30%.
A diminuição das vendas é uma ameaça à saúde financeira das empresas, que não têm como escoar toda a produção. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Calçados, o país produz 700 milhões de pares, mas o mercado interno só consome 500 milhões. Por isso, é importante que o setor tenha competitividade para vender no exterior.
O problema é que, com a queda do dólar, a rentabilidade do setor diminuiu muito. Hoje, para cada calçado vendido em dólar, a indústria só recebe pouco mais de R$ 2, o que é insuficiente para manter a saúde financeira das empresas. Como resultado, é normal encontrar companhias com capacidade instalada para fabricar até três vezes mais do que a produção atual.
Ajuda do governo
Como resultado, as indústrias buscam saídas para o câmbio valorizado. Muitas empresas já demitiram e indústrias como a gaúcha Azaléia já começaram a fabricar sapatos na China, onde os custos são mais baratos. O setor também busca algum tipo de ajuda financeira do governo para amenizar a crise.
Representantes da indústria de calçados se reúnem nesta terça-feira (24) com o governo federal para pedir algum tipo de compensação para o dólar fraco. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já sinalizou que pode desonerar os impostos sobre folha de pagamento para os setores mais afetados pelo câmbio - além dos calçadistas, estariam incluídos neste pacote os setores têxtil e de eletroeletrônicos.
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