A atividade industrial está em recuperação no Pará. Em junho, ela teve o melhor desempenho desde janeiro, com crescimento de 10% em relação a maio, segundo o Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental (Idesp) do estado. Seu vizinho, o Amazonas, vive situação diferente, com estagnação na indústria, de acordo com indicadores referentes a junho, divulgados nesta semana pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
Depois de ter queda superior a 14% no volume da produção em maio, a indústria paraense voltou a crescer graças ao desempenho dos setores extrativista, madeireiro, alimentício e de bebidas. O minério de ferro continua sendo o principal produto da pauta de exportação do estado, tendo como principal comprador a China. Na média nacional, a produção industrial do Pará apresentou melhora em relação a Goiás (5,6%), Minas Gerais (4,3%) e Espírito Santo (3,8%).
Já a indústria amazonense teve recuo de 0,12% em junho, em relação a maio, segundo a Suframa. No sexto mês do ano, o faturamento da atividade industrial do estado foi de US$ 1,982 bilhão, contra US$ 1,985 bilhão do mês de maio.
A Suframa reconhece os efeitos da crise econômica mundial sobre o Polo Industrial de Manaus (PIM). No entanto, avalia que as medidas tomadas pelos governos federal e estadual foram fundamentais para amenizar os problemas decorrentes dela.
Entre as medidas adotadas, estão a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Além disso, o prazo de recolhimento para fabricantes de motocicletas foi ampliado, em troca da manutenção de empregos.
No caso do setor de duas rodas, a Taxa de Serviço Administrativo (TSA) - incidente sobre a importação de insumos pelos fabricantes do segmento da Suframa deixou de ser cobrada tanto para os montadores quanto para os produtores de componentes.
Ao analisar o primeiro semestre deste ano, o superintendente adjunto de Projetos da Suframa, Oldemar Iank, disse que o faturamento do parque fabril de Manaus foi negativo apenas em abril e em junho, na comparação mensal, enquanto cresceu em fevereiro sobre janeiro, março sobre fevereiro e maio sobre abril.
Ainda assim, conforme a Suframa, é pouco provável que o desempenho do semestre alcance o faturamento dos primeiros seis meses de 2008, de US$ 30,173 bilhões. Em relação a junho de 2008 o PIM teve queda de 29,78%. Quanto ao número de empregos gerados, houve queda de 86,6 mil para 85,9 mil. Entre maio e junho, as exportações tiveram redução de 5,80%.
Mesmo com a queda no faturamento de junho, alguns setores registraram crescimento em relação a maio. O setor ótico, por exemplo, teve faturamento de US$ 11,050 milhões em junho, com aumento de mais de 23% sobre o montante alcançado em maio. Também se incluem nessa relação de destaques o segmento de papel e papelão; as indústrias de bebidas e o polo químico. No mesmo período, o setor de duas rodas teve queda de 1,47%, na comparação entre o faturamento de junho (US$ 449,178 milhões) e o de maio (US$ 455,894 milhões).