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Aos poucos a indústria paranaense tem conseguido superar as perdas na produção de 2012, ano considerado ruim para o setor. A expectativa é de que, ao fim de 2013, a indústria tenha compensado a queda de 4,2% do ano anterior – uma das maiores do país, na estatística do IBGE. Por enquanto, o acumulado de 2013 (até setembro) aponta crescimento de 4% da produção no ano. Frente a isso, especialistas concordam em que a conta do ano anterior será zerada no Paraná, mas divergem sobre as expectativas de crescimento real.

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INFOGRÁFICO: Veja como a produção da indústria paranaense vem reagindo ao péssimo resultado do ano anterior

Para o economista Robert Zürcher, da Federação das Indústrias do PR (Fiep), o quarto trimestre de 2013 deve ter desempenho próximo ao do terceiro – cerca de 2% de alta sobre o período do ano anterior. Mesmo que dezembro seja o mês de pausa para o setor, ele avalia que os restantes serão compensatórios porque as empresas estão com menos freio na produção. Ele cita a retomada de ramos que não foram tão bem em 2012. É o caso dos setores químico (em especial de fertilizantes), automotivo e de máquinas, puxados pela superssafra de 2013.

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"O terceiro e o quarto trimestre incluem os meses de maior atividade industrial no estado. Então o quarto pode ser parecido com o terceiro, com alguma queda por causa de dezembro", analisa. Zürcher acredita que os números serão suficientes para superar a queda de produção de 2012, com ganho extra. Ele cita incentivos recentes do governo federal – como a baixa de juros nos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) – para embasar que o momento está mais otimista. A entidade calcula que o crescimento do setor em 2013 será de 1,5% – a perspectiva de 3% foi revisada para baixo em outubro.

Na comparação com a média nacional, o crescimento da produção paranaense está entre os melhores do ano. O estado fica atrás da Bahia (5,8%), Rio Grande do Sul (5,5%) e Goiás (4,5%). A média brasileira está em 1,6%. Entre os seis estados que tiveram queda no ano passado, o Paraná perde em superação apenas para o Rio Grande do Sul, que já registra ganho. Ainda assim, talvez o fim do ano não seja suficiente para o Paraná computar crescimento, afirma o economista Rogério César de Souza, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).

"O último trimestre pode ser melhor que o de 2012, mas não significa que haverá a esperada recuperação industrial. O desempenho deve levar a indústria a um crescimento de 2%, pouco se comparado com a queda de 2,6% em 2012", afirma. Souza concorda que a indústria do Paraná tem mostrado a maior resistência do país às crises mundial e de consumo, mas avalia que o setor breque expectativas em relação a 2014, que será ano de prova de fogo com a suspensão do IPI zero para veículos e uma expectativa de safra mais modesta. "Os investimentos em infraestrutura e as concessões federais, porém, servirão de contrapeso", diz.

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