A produção industrial do Paraná caiu 3,7% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo a Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados apontam que o estado apresentou a terceira queda seguida nesse confronto, com resultados de -3,3% em março e de -11,8% em abril.
As quedas consecutivas fazem o acumulado do índice nos últimos 12 meses enfrentar desacelerações consecutivas desde fevereiro. No segundo mês do ano, a soma do desempenho do setor nos 12 meses anteriores era de 4,7%. Este índice caiu para 4,5% em março, 2,4% em abril e 1,9% em maio.
Em maio de 2014, ante o mesmo mês de 2013, 11 dos 15 setores pesquisados tiveram queda na produção. O setor com a maior retração foi o de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-20,5%), seguido por produtos alimentícios, produtos de metal exceto máquinas e equipamentos (-8,4%); produtos de madeira (-6,7%); e fabricação de móveis (-5,5%). Tiveram os melhores resultados nesse confronto os setores de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (alta de 15,5%) e produtos de borracha e de material plástico (6,9%).
Nos últimos 12 meses, cinco dos 15 setores pesquisados têm resultados negativos no índice de produção industrial. Acumulam as maiores quedas no período os setores de fabricação de móveis (-2,9%), produtos alimentícios (-1,6%), e celulose, papel e outros produtos de papel (-1,5%). Os melhores resultados nesse recorte são dos setores de produtos de madeira (14,8%), produtos de minerais não-metálicos (11,1%) e produtos de borracha e material plástico (9,7%).
Explicação
Para Francisco José Gouveia de Castro, economista do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), os números desfavoráveis "resultam do mix entre a política econômica adotada pelo governo federal, a insegurança institucional e a expectativa negativa dos setores produtivos diante das pífias taxas de crescimento e da aceleração e generalização dos reajustes de preços no país."
Castro observa que o Paraná vem acusando sinais de contágio da regressão da indústria brasileira. "O setor mais emblemático é o automotivo que passa por uma forte retração das vendas internas e aumento dos estoques nas fábricas e revendas. Como consequência, as grandes montadoras vêm adotando medidas de corte de produção, suspensão temporária de contratos de trabalho, férias coletivas e programas de demissão voluntária (PDV)", observa.