Expansão - Três meses consecutivos de alta
A produção industrial paranaense cresceu 0,2% de julho para agosto e completou três meses consecutivos de alta. O desempenho ficou abaixo do crescimento médio da indústria nacional nesse tipo de comparação (1,3%) mas, em relação aos resultados do ano passado, o Paraná segue avançando em ritmo mais forte que os demais estados.
Na comparação com agosto de 2006, a indústria paranaense avançou 6,7%, crescimento ligeiramente superior à média de todos os estados (6,6%). De acordo com o IBGE, a maior contribuição para essa alta veio de veículos automotores, que cresceram 33,2%, influenciados principalmente pelo crescimento na produção de caminhões segundo a Anfavea, a produção da Volvo subiu quase 30% no mês.
O IBGE também destacou o segmento de máquinas e equipamentos, que cresceu 12,4% em relação a agosto do ano passado, e a expansão de quase 50% da produção de equipamentos e aparelhos elétricos segmento que, no entanto, tem pouco peso na indústria do estado. (FJ)
A forte expansão do mercado de veículos e a recuperação do agronegócio levaram o Paraná à terceira posição no ranking da produção industrial brasileira em 2007. A indústria paranaense cresceu 7,3% nos oito primeiros meses do ano, influenciada pelos bons resultados de veículos, máquinas e equipamentos e produtos químicos. Juntos, esses três setores respondem por 77% de todo o avanço da indústria do estado, de acordo com pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos 14 setores industriais avaliados, 11 registram expansão neste ano.
De janeiro a agosto, o Paraná superou a média nacional a indústria brasileira cresceu 5,3% no período e, entre 14 regiões pesquisadas, ficou abaixo apenas de Minas Gerais (8,7%) e Rio Grande do Sul (8,1%).
Diferentemente do que ocorreu no ano passado, em 2007 as montadoras de Curitiba e região metropolitana estão acompanhando o "boom" do mercado de veículos. A maioria tem superado o crescimento médio das montadoras brasileiras, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea): a Renault/Nissan, por exemplo, elevou sua produção em 37% neste ano.
De acordo com o IBGE, a produção de veículos automotores do Paraná cresceu 20% neste ano, contribuindo com 3 pontos porcentuais no crescimento total de 7,3% da indústria paranaense. "A indústria automobilística tem sido beneficiada pela melhoria das condições de crédito e pelo aumento da massa salarial. E o crescimento não se dá somente no segmento de automóveis, mas também em tratores e caminhões", diz o economista André Macedo, da coordenação de indústria do instituto.
Outro setor de forte crescimento foi o de máquinas e equipamentos o avanço de 19% na produção colaborou com 1,6 ponto porcentual no crescimento total da indústria do estado. Macedo explica que o resultado está ligado à demanda por implementos agrícolas equipamentos acoplados a tratores e colheitadeiras. "O maior dinamismo do setor agrícola em 2007 explica esse resultado, não só no Paraná, mas em toda a Região Sul."
O setor agrícola também teve impacto sobre o crescimento de 29% na produção de produtos químicos, setor que deu a terceira maior contribuição à expansão paranaense neste ano (1,1 ponto porcentual). "A indústria química no Paraná está muito ligada a adubos e fertilizantes, cuja demanda cresceu com o bom momento do agronegócio", diz o economista do IBGE. Embora tenha crescido relativamente pouco neste ano (menos de 3%), a área de alimentos a mais importante do estado contribuiu com 0,68 ponto porcentual no avanço total de 7,3% da produção industrial, graças à expansão do abate de aves.
Retração
Três dos 14 setores industriais pesquisados pelo IBGE tiveram retração de janeiro a agosto: bebidas (-3,5%), madeira (-9,1%) e refino de petróleo e álcool (-4,5%). O presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), Roberto Gava, argumenta que a queda do dólar prejudicou a indústria madeireira. "Mais de 70% da produção do setor é exportada e, como as companhias estão perdendo dinheiro com a exportação, estão preferindo reduzir a produção. Felizmente o mercado interno tem ótima demanda, mas não é possível simplesmente colocar no Brasil toda a quantidade que seria exportada."
No caso do refino de petróleo e álcool, uma interrupção nas atividades da refinaria Repar, de Araucária, foi a principal responsável pela queda na produção. Nos meses de junho e julho, caldeiras e fornos foram desativados alternadamente, em procedimento preventivo repetido a cada 30 meses, que derrubou em 25% a produção diária no período, segundo a Petrobras. A queda da produção de bebidas, que tem pouco peso na indústria do estado, praticamente não influenciou o resultado global da indústria.
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