A indústria paranaense fechou 2015 com queda de 8,44% em suas vendas, registrando a maior queda desde 2003. Foi o segundo ano consecutivo de retração, o que fez com que o faturamento do setor industrial do estado regredisse aos níveis de 2007. O mau desempenho teve impacto direto também no nível de emprego das indústrias, que caiu 4,92% no ano passado. As informações fazem parte do relatório mensal de Indicadores Conjunturais da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), divulgado nesta sexta-feira (5).
Causas da queda
De acordo com o relatório, três fatores foram os principais responsáveis pela forte queda das vendas da indústria paranaense em 2015. O primeiro foi o fraco desempenho da economia brasileira como um todo, que registra seguidas quedas no Produto Interno Bruto (PIB). O segundo foi a crise na Argentina, que impactou nas exportações de veículos e alimentos produzidos no estado. Por fim, houve queda no consumo interno, causada pela redução do poder de compra da população – fruto do aumento da inflação, da elevação das taxas de juros, da alta de preços administrados e do aumento da carga tributária do ICMS paranaense.
Todo esse cenário fez com que, no ano passado, 15 dos 18 gêneros pesquisados pela Fiep fechassem com diminuição em seus faturamentos. A queda atingiu inclusive os três setores com maior peso relativo na indústria paranaense: veículos automotores (-22,42%), alimentos e bebidas (-3,18%) e refino de petróleo e produção de álcool (-6,61%). Juntos, esses três setores contribuíram com 5,14 pontos percentuais dos 8,44% de redução nas vendas registrados em 2015. Por outro lado, apenas três segmentos tiveram resultados positivos: máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+7,01%), madeira (+5,18%) e minerais não metálicos (+0,93%).
Para o presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, os números refletem o quadro de recessão que o país vem atravessando e mostram a necessidade de ações efetivas por parte da classe política para a imediata retomada da atividade econômica. “Enquanto governo e parlamentares parecem mais interessados em aprofundar uma crise política que não tem fim, os números reais da economia não param de se deteriorar, resultando em desemprego e perda de renda para a população”, afirma.