Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Produção

Indústria do PR começa 2010 bem atrás da média nacional

Aumento na fabricação de tratores  e colheitadeiras puxou alta do setor de máquinas e equipamentos em fevereiro | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Aumento na fabricação de tratores e colheitadeiras puxou alta do setor de máquinas e equipamentos em fevereiro (Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo)
Produção industrial paranaense mostra o avanço mais lento dos estados |

1 de 1

Produção industrial paranaense mostra o avanço mais lento dos estados

As indústrias do Paraná começaram o ano de 2010 em ritmo mais lento do que a média nacional. Enquanto no país o setor cresceu 18,4% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, no estado o desempenho foi de apenas 2,4%. A produção paranaense em fevereiro, aliás, recuou em relação a janeiro deste ano.No primeiro bimestre, a indústria do Paraná cresceu 6,3% em relação ao mesmo período do ano passado – um ritmo que é um terço da velocidade de expansão média do país, que foi de 17,2% nos dois primeiros meses do ano. No mesmo período, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo cresceram 43,6%, 26,8% e 18,1%, respectivamente.A lentidão na expansão da indústria reflete, em parte, seu sucesso ao lidar com a crise de 2009. Apesar de envolver setores bastante abalados pela recessão, como o automotivo e de máquinas e equipamentos, a produção paranaense recuou menos do que a média nacional, sustentada por setores voltados para o mercado interno, como o de alimentos. Os dados do IBGE mostram também que o crescimento é puxado pela retomada dos setores mais afetados pela crise. A produção de veículos automotores subiu 66% em fevereiro, na comparação anual, enquanto o segmento de máquinas e equipamentos registrou alta de 60,1%, em função dos avanços na produção de tratores e outras máquinas para colheita.

AnáliseNa avaliação do coordenador do departamento econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Maurílio Schmitt, o crescimento do setor de máquinas e equipamentos é um "alento" porque significa uma aposta no crescimento de outros setores industriais. "Esse aumento dos bens de capital é um sinal aparente de que o empresário está acreditando em expansão da demanda. Isso se aplica para as colheitadeiras, uma vez que os prognósticos da safra são de crescer 20%, mas também para outros setores que dependem de maquinário primário", diz.

Por outro lado, em fevereiro houve uma queda expressiva no setor de edição e impressão (-59,7%, na comparação com o mesmo mês do ano passado), influenciada pela redução da produção de livros didáticos. A queda no setor parte de uma base alta, mantida durante todo o ano de 2009 e sustentada por encomendas do Ministério da Educação (MEC). No ano passado, o setor paranaense de gráficas e editoras produziu em média 4,3 vezes mais do que produzia em 2002, segundo o IBGE.

O presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado do Paraná (Sigep), Sidney Paciornik, explica que o setor tem uma variação grande no nível de produção e que cada segmento, como embalagens, livros e brindes, trabalha com uma agenda própria. As empresas que atendem encomendas do governo trabalham para atender grandes encomendas, que flutuam bastante ao longo do tempo. "O MEC é o maior cliente gráfico do Brasil, e não há perspectiva de diminuição dos investimentos – nem do governo, nem das escolas. Mas os contratos normalmente são anuais", diz.

Vendas

O índice de vendas industriais, captado pela Fiep, indica aumento de 7,8% em fevereiro na comparação com o mês anterior, mas um "empate técnico" no primeiro bimestre em relação ao mesmo período do ano passado. O que mais influenciou este resultado, segundo Schmitt, foi a queda de 20,2% na receita de exportações, influenciadas pelas diferenças no câmbio. As exportações representam 20% nas vendas do Paraná.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.