São Paulo O setor turístico foi responsável por 2,23% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2003, segundo dados do estudo "Economia do Turismo: Análise das Atividades Características de Turismo" divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). As atividades relacionadas ao turismo geraram R$ 31,1 bilhões ou 2,23% do valor adicionado da economia brasileira em 2003 (R$ 1,3 trilhão). Juntas, as empresas ligadas ao turismo movimentaram R$ 76 bilhões naquele ano.
"O crescimento experimentado pela atividade torna evidente que o Turismo é um dos grandes vetores de geração de renda, emprego e oportunidades para o povo brasileiro", disse o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia.
Ainda segundo o estudo, um total de 5,4 milhões de pessoas estava ocupado nas atividades características do turismo. Esses trabalhadores correspondiam, em 2003, a 6,7% do total de ocupados no Brasil. De acordo com o IBGE, o trabalhador do segmento do turismo tinha, em geral, baixa escolaridade, ocupava postos não-qualificados e recebia salários reduzidos. O salário médio de um trabalhador do setor era R$ 577.
A pesquisa mostra também que o segmento de alimentação é responsável por 65,37% do pessoal ocupado em turismo e responde por 41,25% da massa de salários do setor. O segmento de transporte aéreo responde por 2,09% do pessoal ocupado, mas por 10,14% da massa de salários.
Segundo o técnico da coordenação de contas nacionais e responsável pela divulgação da pesquisa, Guilherme Telles, no setor de turismo em geral há uma predominância de empregos com carteira assinada. De acordo com o técnico, 58,67% das pessoas ocupadas do setor são empregados de empresas, enquanto 26,95% trabalham por conta própria (incluindo camelôs) e 5,60% são empregadores.
O estudo revela ainda que as famílias brasileiras gastaram 1,7% do total de seus orçamentos com viagens (R$ 17,096 bilhões).
As empresas de pequeno porte (com até 20 pessoas) predominaram nas atividades ligadas ao turismo (97,2%), embora tenham representado apenas 26,3% da receita total de setor naquele ano. O técnico da coordenação de contas nacionais e responsável pela divulgação da pesquisa, Guilherme Telles, disse que as empresas de menor porte pagam salários mais baixos e são intensivas em mão-de-obra.
Aéreas
Na apresentação dos dados, o diretor de estudos e pesquisas da Embratur, José Francisco Sales Lopes, disse que acredita na recuperação do setor aéreo em 2007, após a crise do ano passado. Segundo ele, foram perdidos 400 mil assentos internacionais de empresas aéreas brasileiras com a crise da Varig, que perdeu cerca de 1,2 milhão de assentos em vôos internacionais. Como as demais empresas criaram aproximadamente 720 mil assentos internacionais no ano passado, segundo ele, a perda total foi de 400 mil. "Mas há uma recuperação, e 2007 será positivo."