Atualizado em 22/11/2006 às 22h47

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As perspectivas das empresas brasileiras para 2007 são mais favoráveis do que eram para este ano, mas continuam cautelosas, já que o crescimento econômico moderado de 2006 não sugere uma recuperação muito forte para o próximo ano, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgada nesta quarta-feira.

A parcela das empresas que prevêem aumento do faturamento em 2007, descontada a inflação, passou para 71 por cento, ante 72 por cento no levantamento de outubro de 2005, que apontava as perspectivas para este ano. A proporção das companhias que projetam queda no faturamento caiu de 9 para 5 por cento.

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Apesar da melhora em relação à sondagem anterior, os números são piores que os mostrados na pesquisa referente a 2005, feita em 2004, ano de forte crescimento da economia. Naquele levantamento, 83 por cento previam faturamento maior.

"As previsões de agora são favoráveis, mas mais cautelosas... O que tem a ver com o fato de termos crescido pouco neste ano", disse Aloisio Campelo, economista da FGV.

"Temos meta de inflação e de superávit, que são cumpridas e dão previsibilidade à economia, mas não temos meta de crescimento. E como o crescimento este ano tem sido moderado, ele não embute nenhuma explosão (forte expansão) para 2007."

Entre os gêneros industriais, o de bens intermediários é o mais cauteloso quanto ao faturamento de 2007, enquanto o de material de construção é o mais otimista, seguido por bens de capital e bens de consumo.

Do lado do emprego, 40 por cento dos consultados esperam aumentar o quadro no ano que vem, acima dos 30 por cento que estimavam o mesmo cenário para 2006. Já as empresas que projetam reduzir trabalhadores caíram de 16 para 10 por cento no período. Na sondagem para 2005, 47 por cento pretendiam expandir vagas.

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A sondagem revelou ainda que o setor têxtil, com previsão de fortes demissões este ano, tem perspectiva de contratar em 2007.

"O setor encolheu demais por conta da concorrência (de importados) e então qualquer crescimento (de demanda) que tiver, ele tem que contratar", afirmou Campelo.

Em termos de investimento, a proporção das empresas que programam aumentar os gastos em 2007 é de 39 por cento, ligeiramente acima dos 38 por cento que previam o mesmo para 2006. Na sondagem para 2005, 52 por cento projetavam aumento.

A intenção de investir foi liderada pelo gênero material de construção, seguido por bens de capital. Em bens de consumo, ficou praticamente estável sobre o ano passado e em bens intermediários mostrou melhora moderada.

Comércio exterior

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A pesquisa sinalizou que 59 por cento das empresas acreditam na elevação de suas exportações, contra 53 por cento um ano antes.

"Isso pode estar influenciado por preço internacional ou por mercado mesmo. E também, a expectativa para o câmbio do ano que vem não é muito diferente do câmbio médio deste ano, o que significa que o câmbio não deve piorar demais", explicou Campelo.

Em relação a importações, 27 por cento esperam expansão em 2007, contra 29 por cento em 2006, mas manteve-se alta, em 65 por cento, a porcentagem de indústrias que pretendem deixar as importações no nível atual.

Segundo Campelo, o comportamento sugere que já houve uma grande troca de produtos nacionais por importados e que a indústria deve continuar comprando bastante lá fora no ano que vem.

Foram consultadas 1.051 empresas entre os dias 2 de outubro e 6 de novembro em 24 Estados.

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