Os últimos números sobre o emprego na indústria aumentaram o tom de preocupação, com a constatação de que o setor já vinha colocando o pé no freio mesmo antes do agravamento da crise, segundo Rogério César de Souza, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram um recuo de 0,3% do indicador no Paraná em setembro em relação ao mesmo mês do ano passado. No Brasil, o índice ficou estável em 0,1%, mas bem inferior ao registrado no início do ano, com avanços da ordem de 2% a 3% ao mês.
Até setembro, a queda no emprego foi puxada por setores afetados pelo dólar fraco e pela concorrência com importados, como madeira, vestuário, têxtil e produtos químicos. O setor de vestuário, por exemplo, é intensivo em mão-de-obra. "A questão agora é saber se esses segmentos, com o dólar forte, vão reagir e compensar a queda em outros, como automóveis e eletroeletrônicos", diz.
Concentração
De acordo com Souza, não é saudável para o país a concentração do crescimento em alguns setores. "O ideal é que o desempenho dos diversos segmentos fiquem próximos da média." A pesquisa de emprego industrial realizada pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) apontou, em outubro, o corte de 10 mil vagas. No Paraná, o último número disponível é de setembro, quando houve um aumento de 0,34% no volume de emprego. (CR)