Com a recuperação das exportações, o setor de madeira é um dos poucos segmentos da indústria paranaense que conseguiram fechar o ano em alta. Segundo dados da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), as vendas de madeira cresceram 5,18% em 2015, enquanto a soma de todo o setor industrial do estado viu o índice apresentar desempenho negativo de 8,44%.
A explicação para o resultado positivo da indústria madeireira está nas exportações. Em 2015, o valor exportado atingiu US$ 901 milhões, o maior registrado desde a crise de 2008 e 1,9% superior ao alcançado no ano anterior.
Entre os produtos que tiveram o melhor desempenho estão a madeira serrada de pinus, que registrou aumento de 31,4% em relação ao volume físico embarcado em 2014, alcançando, ano passado, 1.304.305 m³. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci). Entre os produtos com boas vendas externas estão as portas, com aumento de 8% e mesma média de embarques registrada nos últimos anos.
Cautela
Os números são vistos com reserva por representantes do setor madeireiro do Paraná. Segmentos importantes de consumo– como a construção civil, móveis e embalagens– foram afetados pela crise econômica e retraíram as compras de matéria-prima.
Com o desaquecimento do mercado doméstico, os produtores foram obrigados a recorrer às exportações para não deixar as fábricas na ociosidade. Esse movimento, segundo a Abimci, gerou grande oferta de produtos para o exterior e queda dos preços em dólar, prejudicando todo o segmento.
Além da retração do mercado interno e dos preços na moeda americana, os produtores sentiram a pressão dos custos de produção.
Limite
Para o CEO da Tree Trading, Marcos Tuoto, se não fossem esses fatores, o estado poderia ampliar ainda mais sua participação no comércio internacional de produtos de madeira. O superintendente da Abimci, Paulo Roberto Pupo, afirma que se está no limite de produção e consumo global e que não é o momento para os fabricantes aumentarem a produção. “Tudo tem de ser feito com muita cautela. Temos de entender o mercado externo e ver se o nosso produto é viável”, diz Pupo.