O faturamento da indústria recuou 0,6% em dezembro do ano passado, apesar de a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ter aumentado de 82,6% para 82,8%, de acordo com os Indicadores Industriais divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O leve aumento da UCI indica que apenas alguns setores da indústria estão em expansão como os fabricantes de automóveis , enquanto boa parte do segmento manufatureiro está em fraca evolução desde o ano passado, comentou o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale.
"O ingresso de importados no país, vinculado ao câmbio valorizado, prejudicou o setor. Contudo, a indústria deve apresentar melhora gradual neste ano", disse. Vale estima que a produção industrial medida pelo IBGE deve subir 6% neste ano, ponderando, no entanto, que a previsão pode ser reduzida no curto prazo. Na avaliação de Vale, um dos fatores que vão ajudar a indústria a se recuperar paulatinamente neste ano é o câmbio. Segundo ele, a retomada mais clara da economia dos Estados Unidos atrai investidores de volta ao país, o que deve reduzir o fluxo de capitais para o Brasil. Para o economista, a cotação do real ante o dólar deve fechar o ano em R$ 1,90, o que deve diminuir um pouco o ímpeto das importações. "Contudo, a compra de produtos do exterior deve apresentar bom nível de crescimento, pois a demanda agregada no Brasil não deve diminuir muito neste ano", destacou.
Vale ressalta que o câmbio está prejudicando vários setores industriais, como o setor de bens de capital, que, segundo ele, deve ter registrado uma expansão muito fraca no último trimestre do ano passado. Além da competição de equipamentos importados, o setor de bens de capital normalmente reduz sua velocidade de expansão quando o Banco Central adota um ciclo de aperto monetário, como o que foi iniciado em janeiro, quando a Selic subiu para 11,25%.
Quedas
Além da queda no faturamento, os dados de dezembro em relação ao mês anterior apresentaram outras reduções: em horas trabalhadas na produção (-2,2%) e no nível de emprego (-0,5%). No entanto, quando se compara dezembro de 2010 com o mesmo mês de 2009, os números mostram aumento no faturamento (6,1%), nas horas trabalhadas (3,4%) e no emprego (4,6%). Já na comparação de 2010 com 2009 os avanços são ainda maiores. O faturamento subiu 9,9%, as horas trabalhadas aumentaram 7,1% e o emprego cresceu 5,4%.
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