Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Sondagem

Indústria prevê desaquecimento e insatisfação no 1.° trimestre de 2006

Rio (AE) – A demanda industrial entra em 2006 no nível mais fraco dos últimos sete anos. A conclusão é da pesquisa Sondagem Industrial da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os resultados, divulgados ontem, mostram que o cenário é de desaquecimento de atividade e insatisfação entre o empresariado. Para o trimestre, as expectativas para exportações e emprego na indústria também estão mais fracas do que em anos anteriores.

Os dados mostraram que o resultado da pergunta sobre a avaliação da demanda atual foi o pior para meses de janeiro desde 1999, período marcado pelas turbulências da crise cambial do início do ano. O saldo (diferença entre respostas positivas e negativas) ficou em 15 pontos negativos. Apenas 8% das indústrias entrevistadas apontam que a demanda atual está forte, menor parcela desde janeiro de 2000. Outros 23% disseram que a demanda está fraca.

"A política monetária provocou uma desaceleração. As expectativas (para os próximos três meses) são ainda muito modestas, mas não são incompatíveis com uma retomada do crescimento", comentou o coordenador da pesquisa, Aloísio Campelo Jr. Depois de citar que a política monetária está virando, com a redução dos juros, ele comentou que o setor industrial passa por uma transição e que as expectativas podem ter chegado ao fundo do poço.

A fraca demanda foi apontada por 28% das empresas como um dos principais fatores limitadores da expansão da produção, maior nível desde outubro de 2003 (40%). Um dos poucos dados favoráveis da pesquisa, contudo, foi a estabilização do ajuste de estoques. Segundo a FGV, a produção industrial foi desacelerada desde meados do ano passado com o ajuste. A pesquisa mostra que os estoques estão chegando a níveis normais.

Apesar do fraco desempenho, o nível de ocupação da capacidade instalada em janeiro (84,5%, com ajuste sazonal), ficou pouco abaixo de janeiro do ano passado (84,8%), mas pouco superior a outubro (84,3%). Isso reflete, contudo, baixos níveis de investimento. "É falta de investimento que não foi feito porque os empresários sabiam que o ciclo de aperto monetário ia ser longo", comenta o economista da FGV, Samuel Pessôa.

O uso da capacidade nas indústrias de bens de capital encolheu progressivamente desde janeiro do ano passado, de 84,1% para os atuais 77,9%. Além de baixa demanda interna, o movimento pode estar associado à importação de equipamentos, ressalta Campelo.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.