A indústria paulista recuperou em maio o nível de atividade registrado no período anterior à crise financeira internacional e já está operando 0,7 ponto porcentual acima do verificado em setembro de 2008, se retirada a sazonalidade do período. De acordo com o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, a previsão era que isso ocorresse apenas em junho.

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Com o atual ritmo de crescimento econômico, a Fiesp já cogita rever sua projeção para a recuperação do nível de emprego pré-crise, prevista para ocorrer apenas no primeiro trimestre de 2011. "Talvez possamos rever essa expectativa para o fim deste ano", afirmou Francini.

Entre os destaques do desempenho da indústria paulista no mês de maio, as vendas reais registraram crescimento de 2,3%. De acordo com Francini, o resultado pode ser comprovado pela queda dos estoques das empresas, esvaziados em razão do fim dos benefícios tributários concedidos para automóveis e produtos da linha branca. Apesar disso, ele descartou a tese de que a indústria está operando próxima do limite de sua capacidade. "Depois do pico atingido durante os meses em que as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) estavam reduzidas, o Nuci (índice da capacidade instalada) está comportado", afirmou.

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Mesmo com a retirada dos benefícios tributários, a indústria automobilística no Estado continua registrando bons resultados. O Indicador de Nível de Atividade (INA) do setor registrou alta de 1,1% em maio ante abril, com ajuste sazonal, e de 4,9% sem ajuste. "O setor não teve aquela trombada que alguns esperavam. Os benefícios tributários cumpriram seu papel, foram retirados e não está havendo nenhuma catástrofe no setor", disse.

O nível de atividade da indústria de minerais não-metálicos, ligada à construção civil, teve alta de 0,5% com ajuste sazonal em maio ante abril e de 2,7% sem ajuste. O setor deve continuar aquecido nos próximos meses. Na pesquisa Sensor da Fiesp, que mede a confiança dos industriais paulistas, o item Investimento registrou 59,9 pontos, o maior da série histórica, iniciada em 2006. "Nada indica que teremos obstáculos à frente", declarou Francini.