A utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria subiu um ponto porcentual em julho na comparação com junho, registrando 70% ante 69% do mês anterior. O dado consta da pesquisa Sondagem Industrial referente ao mês de julho, divulgada há pouco pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Apesar da queda na ociosidade, a pesquisa mostra que a atividade industrial continua baixa, assim como o número de empregados. Em julho, a produção industrial subiu para 48,8 pontos, ante 39,6 pontos em junho. Mesmo com a elevação, a CNI destaca que o índice continua abaixo de 50 pontos, o que revela retração na produção. Os indicadores da pesquisa variam de zero a 100, sendo que valores abaixo de 50 indicam evolução negativa.
O mesmo acontece com o índice de empregos na indústria. O número de empregados ficou em 45 pontos em julho, praticamente estável em relação a junho, quando o indicador ficou em 45,2 pontos, continuando abaixo dos 50 pontos.
"A indústria mostra queda na produção e emprego, estoques indesejados e elevada ociosidade", diz a pesquisa da CNI. O índice que mede a evolução dos estoques ficou em 50,6 pontos em julho ante 51,7 pontos de junho.
Segundo a CNI, apenas as grandes empresas apresentaram crescimento na produção em julho. Nesse mês, o indicador de evolução da produção das grandes empresas superou os 50 pontos e atingiu 51,5 pontos, ante 40,1 pontos de junho. Nas pequenas empresas, o indicador ficou em 45,6 pontos (ante 40,2 pontos de junho) e, nas médias, em 46,6 pontos (ante 38,2 pontos de junho).
A pesquisa destaca que, apesar das dificuldades, o índice que mede o estoque efetivo em relação ao planejado chegou a 51,5 pontos em julho, um pouco abaixo dos 52,1 pontos registrados em junho. Assim, o indicador ficou mais próximo da linha divisória dos 50 pontos, o que revela a redução do excesso de estoques indesejados.
Expectativas
Segundo a pesquisa, a expectativa dos empresários em agosto para os próximos seis meses é de que a contração no emprego continue. O índice de expectativas para o período sobre o número de empregados segue abaixo da linha divisória, em 48,5 pontos.
A perspectiva também é negativa com relação às exportações. O indicador que mede essa expectativa ficou em 48,8 pontos em agosto, o que indica previsões negativas.
"Apesar da proximidade do fim do ano, período tradicionalmente mais favorável para a atividade industrial, as expectativas seguem pouco otimistas com relação à demanda e compras de matérias-primas", afirma a CNI na pesquisa. O indicador de expectativa para os próximos seis meses sobre a demanda alcançou 54,9 pontos e, o de compras de matérias-primas, 52,1 pontos. A Sondagem Industrial de julho foi feita entre 1º e 12 de agosto, com 2.191 empresas.