Industriais estão pessimistas e consideram que os próximos seis meses podem ser ainda piores. A expectativa para a demanda é pior nos setores automotivo, de máquinas e equipamentos, metalurgia e máquinas e matérias elétricos| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

O último trimestre de 2008 foi o pior dos últimos dez anos para indústrias brasileiras, com queda da produção e do nível de emprego. A informação está na sondagem feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com empresários do setor, divulgada nesta quinta-feira (29).

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Na sondagem, os industriais precisam escolher "notas" entre zero e 100 em determinados quesitos. Quando ela é menor que 50, há um recuo no índice de satisfação do empresariado. Foram consultadas 1.407 empresas em todo o país entre 5 e 26 de janeiro.

De acordo com a CNI, a crise internacional afetou a produção das indústrias do país no final de 2008. No último trimestre de 2008, no quesito evolução da produção, o número a chegou a 40,8 pontos – contra 57,8 do terceiro trimestre. O número indica queda na produção. No mesmo período de 2007, o índice foi 59. Houve também redução da utilização capacidade industrial instalada.

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Com a diminuição do nível de atividade, o emprego industrial também teve forte recuo no período. No trimestre, a evolução no número de empregados foi de 44 pontos – o menor índice desde o primeiro trimestre de 1999 e 10,7 pontos menor que o mesmo período de 2007. A queda interrompe um crescimento no nível de emprego industrial, que durou nove trimestres consecutivos.

"O desempenho das grandes empresas foi pior do que o das pequenas é médias. A crise entrou pelas grandes", disse Renato Fonseca, que participou da formulação da pesquisa.

Próximos seis meses

Os industriais estão pessimistas e consideram que os próximos seis meses poderão ser ainda piores do que o final de 2008. Nos quesitos evolução da demanda, número de empregados, compra de matérias primas e exportação, todos os índices ficaram abaixo dos 50 pontos.

A expectativa para a demanda é pior nos setores automotivo, de máquinas e equipamentos, metalurgia e máquinas e matérias elétricos. O índice não passou de 31 pontos para os empresários do setor, que esperam queda na procura por seus produtos.

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No quesito número de empregados, o índice de expectativa aponta para uma redução no número de vagas. O índice recuou 9,3 pontos em relação a outubro de 2008 e chegou a 40,5 pontos. A pontuação também é a menor desde 1999.

"O sentimento do empresário é bastante pessimista para um futuro próximo", afirmou Fonseca.