Indústrias na China, índia e Rússia cortaram produção e empregos em ritmo recorde em dezembro, em mais um sinal da luta dos grandes mercados emergentes do mundo diante da recessão que afeta a maioria das nações industrializadas.
Economistas e formuladores de política veem China, Índia, Rússia e Brasil, com seus vastos mercados e aumento da riqueza, como os motores do crescimento que pode salvar o mundo de uma recessão. Estas esperanças estão desaparecendo rapidamente e as estimativas estão ficando ruins.
O governo da Coreia do Sul alertou os exportadores, ao afirmar que 2009 será ainda mais duro do que o ano passado, enquanto Cingapura disse que sua economia, referência para o comércio global, vai encolher 2,8 por cento, o recuo mais acentuado em sua história.
Em todos os lugares, desde o corte de vagas nas fábricas chinesas até a maior queda nos preços de moradias na Coréia em cinco anos, há sinais de que a desaceleração das exportações está reverberando nas economias domésticas.
"O que está preocupando é que a fraqueza está se espalhando rapidamente dos setores voltados para os mercados externos para outros segmentos focados no mercado doméstico", disseram analistas do OCBC Bank em Cingapura, em nota a clientes após o país anunciar os dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB).
Mercados
Em contraste com a rápida deterioração das perspectivas econômicas, o humor dos mercados melhorou um pouco. Depois de terem colocado o dinheiro em ativos mais seguros ao longo do último trimestre, investidores estão de olho em ativos que sofreram muito durante a turbulência de 2008.
Os mercados acionários da Ásia, Austrália e Nova Zelândia subiram nesta sexta-feira.
"Parece que o olho da tempestade já passou", afirmou Robert Rennie, estrategista-chefe de moedas da Westpac, em Sydney.
Para as indústrias chinesas e formuladores de política que tentam conter a desaceleração econômica, ainda existe muitos motivos para o pessimismo.
A atividade manufatureira caiu pelo quinto mês consecutivo, refletindo o efeito da crise sobre a demanda dos exportadores, mostrou pesquisa divulgada nesta sexta-feira.
O índice de atividade do setor caiu para 41,2 pontos, ante recorde de baixa de novembro, quando o indicador registrou leitura de 40,9 pontos.
O sub-índice de produção caiu para 38,6, sinalizando a contração mais acentuada na produção desde que a pesquisa foi lançada, em abril de 2004.
os indicadores de atividade manufatureira da Rússia e da Índia também apresentaram leituras similares à da chinesa.
No caso da Rússia, a contração do setor manufatureiro é mais profunda do que o tombo registrado durante a crise financeira de 1998.
Na Índia, fabricas cortaram vagas pela primeira vez em três anos e meio de pesquisa para reduzir custos.
Nos três países, indústrias reportaram queda nas encomendas de exportação com a recessão resfriando a demanda em seus três maiores mercados, os Estados Unidos, Japão e a Europa.
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