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Na Evertis Brasil Plásticos, onde trabalha Roberta Fonseca, investimentos em inovação levaram ao desenvolvimento de um novo produto que foi responsável por 20% das novas vendas da empresa | Antônio More/Gazeta do Povo
Na Evertis Brasil Plásticos, onde trabalha Roberta Fonseca, investimentos em inovação levaram ao desenvolvimento de um novo produto que foi responsável por 20% das novas vendas da empresa| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

A segunda edição da pesquisa Bússola da Inovação, realizada pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), mostra que houve uma queda de 13% no Índice Paranaense de Inovação (IPrI). No levantamento de 2014 – que teve o ano de 2012 como referência – o índice foi de 5,73. Já na edição divulgada neste ano, que teve os dados coletados em 2014, a nota registrada foi 5. Os principais desafios identificados pela pesquisa foram a aquisição de conhecimento externo; a captação e exploração de incentivos e recursos; e a formalização e qualificação de equipes de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Confira o detalhamento da pesquisa por setor e por tamanho da empresa

Desafios

Saiba quais são os 10 principais obstáculos à inovação na indústria paranaense.

  • Interação com atores do sistema da inovação.
  • Aquisição de conhecimento externo.
  • Exploração dos incentivos à inovação.
  • Captação dos recursos em fontes públicas.
  • Qualificação da mão-de-obra especializada para inovação.
  • Formalização de equipe e procedimentos de P&D.
  • Estrutura local de suporte para pesquisas.
  • Proteção da propriedade intelectual.
  • Promoção da cultura empreendedora para a inovação.
  • Inovações de impacto nacional e mundial.

Para o coordenador do projeto Bússola da Inovação, Augusto Cesar Machado, a queda está relacionada a mudanças metodológicas na pesquisa. “Nós acrescentamos variáveis e agora o indicador tem uma aproximação muito mais consistente e convergente com a realidade”, explica.

Ao todo, 397 empresas do Paraná participaram desta edição da pesquisa, que avaliou dez dimensões da inovação no ambiente corporativo. De acordo com o levantamento, 57% dessas companhias investem em P & D. Ainda assim, esta atividade geralmente tem baixa prioridade e pouca formalização de procedimentos e equipes.

Outra dificuldade enfrentada nos processos de inovação é a captação de recursos. Os dados da Fiep apontam obstáculos na elaboração de projetos e no excesso de burocracia para obtenção de recursos. Deste modo, 53% das empresas utilizam recursos próprios para inovar.

Inovar para sair da crise

Um dos especialistas em inovação que auxiliou no desenvolvimento da pesquisa foi o professor Dálcio Roberto dos Reis, da Universidade Positivo. Para ele, há empresas que têm uma capacidade melhor de vislumbrar o futuro e que enxergam nos momentos de crise a inovação não como uma despesa a mais, mas como uma importante arma de competição para sair do cenário desfavorável. “Infelizmente esta não é a visão geral”, pondera.

Um dos fatores que mantém as empresas receosas de investir em inovação é o risco. Para o especialista, entretanto, o risco é inerente ao processo de inovação. “É impossível inovar sem um risco associado, seja o risco tecnológico ou o risco mercadológico, de a sociedade não consumir este novo produto”, diz. Para combater esse medo, o professor recomenda a criação de um ambiente organizacional que trabalhe ideias como a aceitação do risco e a não punição de funcionários por ideias apresentadas.

A Bússola da Inovação aponta que, na maioria dos casos avaliados no Paraná, as empresas conseguiram obter resultados acima dos valores investidos. “Esses resultados que a pesquisa traz provam para a empresa que na grande maioria dos casos a inovação é salutar”, afirma Reis.

Novo produto mantém vendas de fabricante de plásticos em meio à crise

Na Evertis Brasil Plásticos, os investimentos em inovação levaram ao desenvolvimento de um novo produto que foi responsável por 20% das novas vendas da empresa. Segundo Roberta Fonseca, coordenadora de qualidade e desenvolvimento da empresa, o lançamento ajudou a companhia a manter o ritmo de negócios mesmo durante a crise. “A gente tem como comprovar os benefícios da inovação. O valor agregado e as vendas compensam o que foi investido no desenvolvimento do produto”, diz.

Ela conta que a companhia percebeu a oportunidade de desenvolver embalagens plásticas que vinham sendo demandadas pelo mercado, mas precisavam ser importadas do Europa. “Fizemos muitos testes e chegamos ao nosso produto, que é um material transparente que dá um bom tempo de prateleira aos produtos”, conta. Agora, a embalagem que foi desenvolvida está sendo utilizada na linha de frios “Soltíssimo”, da Sadia.

Segundo Roberta, um dos pontos fundamentais no processo de inovação é escutar a equipe e os clientes. Segundo ela, o departamento comercial é uma boa fonte de informações, já que na ponta do processo consegue identificar as necessidades do mercado.

Outro aspecto apontado por ela – e também pela pesquisa da Fiep – é a inovação aberta e colaborativa. “A ligação entre universidade e indústria é muito boa. Fizemos muitos contatos com pesquisadores e conseguimos sair de um estudo para uma aplicação prática”, relata.

Como participar da pesquisa

As empresas interessadas em participar da próxima edição da pesquisa podem acessar o site www.bussoladainovacao.org.br. Segundo o coordenador do projeto, Augusto Cesar Machado, o processo dura cerca de 40 minutos e a empresa recebe um diagnóstico e orientações dos especialistas da Fiep sobre inovação.

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