NOVO SOCORRO

A solução mais provável encontrada pelo governo para desatar o nó do setor elétrico deve incluir um novo financiamento bancário e um empréstimo via BNDES.A crise que atinge as distribuidoras de energia vem pressionando o governo a criar medidas de socorro para o setor desde o início deste ano. Até o momento, a ajuda do governo já incluiu um aporte do Tesouro, de R$ 1,2 bilhão, e a intermediação em um financiamento bancário de R$ 11,2 bilhões. A nova ideia é viabilizar mais R$ 6,5 bilhões, sendo R$ 3 bilhões do BNDES e outros R$ 3,5 bilhões por meio de um "pool" de bancos.

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Uma combinação de crescimento econômico muito baixo e preços da energia nas alturas está levando várias indústrias a reduzir sua produção para vender energia no mercado livre. Apenas as 12 maiores operações de liquidação (venda) de energia pela indústria realizadas em maio (último dado disponível) renderam R$ 289,42 milhões, segundo planilha da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável pelo fechamento dos negócios neste mercado.

Além das indústrias intensivas no uso de eletricidade, nos últimos meses, com a piora na atividade econômica, empresas de outros setores também recorreram à prática de frear a linha de montagem para vender energia excedente no mercado. Neste caso, muitas não têm geração própria de energia, mas fecharam contratos de compra do insumo quando os preços estavam baixos e, agora, diante da disparada das tarifas, estão revendendo.

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Segundo técnicos do setor, o ganho com essa operação pode chegar a sete vezes o valor que seria pago na energia caso a indústria a consumisse. Há contratos de compra de energia fechados há alguns anos por R$ 100 por megawatt hora (MWh) – o preço agora no mercado à vista, usado pelos grandes consumidores, está em R$ 731,08 por MWh.

De acordo com o diretor comercial da Bolt Comercializadora, Rodolfo Baltazar, a venda de energia no mercado à vista vinha sendo feita no início do ano pelas indústrias eletrointensivas, nas quais a conta de energia pode superar 40% dos custos de produção. Agora, esta prática já passa a ser adotada em outros setores, como as montadoras e as fabricantes de eletrodomésticos. "Estas empresas estão enfrentando uma redução da atividade econômica, ou seja, a liquidação de seus contratos (de energia) é uma consequência conjuntural. Elas estão tomando a melhor decisão econômica para seu negócio", destacou.

O freio na atividade econômica explica essa distorção. Os analistas do mercado financeiro preveem que o Produto Interno Bruto (PIB) vai crescer só 1,05% este ano. E estimam que a indústria brasileira vai sofrer uma retração de 0,9%.

Alívio

Conhecida como racionamento branco, a prática de vender energia – em vez de usá-la na sua produção - ameniza a escassez de energia, já que os reservatórios das hidrelétricas continuam em níveis muito baixos e as usinas térmicas têm operado a plena carga.

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