A Pesquisa Industrial Anual-Empresa referente ao ano de 2005 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que nos últimos anos a indústria paulista perdeu espaço em termos de participação no cenário nacional. A tendência, segundo o instituto, é de uma maior desconcentração do parque industrial brasileiro.
Na comparação entre 1996 e 2005, a indústria do estado teve uma redução de 9,2 pontos percentuais na sua participação do valor de transformação nacional (diferença entre o valor que foi produzido retirando os custos operacionais), saindo de 49,4% em 1996 para 40,2% em 2005.
Segundo Fernanda Vilhena, técnica do instituto responsável pelo estudo, "fatores como incentivos fiscais e salários mais baixos em outros estados" ajudam a explicar essa redução. Ela informou que os setores mais prejudicados foram de edição e impressão, material eletrônico e aparelhos e material de comunicação.
A economista avalia que, enquanto São Paulo fortemente associado a uma tradição industrial perdeu espaço, o restante do Sudeste despontou na liderança dos estados que mais aumentaram sua participação. Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo tiveram aumentos de 1,8, 1,4 e 1,1 pontos percentuais respectivamente nos valores de transformação.
Os motivos estariam associados ao crescimento da indústria extrativista no país, que passou do 10º lugar em termos de produtos industriais em 1996 para o segundo lugar em 2005.
O Rio de Janeiro saiu na frente com um aumento de 1,8 pontos percentuais puxados principalmente pelo incremento na extração de petróleo. Minas Gerais pela extração de ferro, e o Espírito Santo pelo beneficiamento de minério. Essas atividades, fortemente ligadas à exportação, foram beneficiadas pelo momento econômico. As commodities acabaram sendo favorecidas.
Na região Nordeste, o destaque ficou com a Bahia, que ganhou dois pontos percentuais nesses nove anos, principalmente devido ao refino de petróleo e produção de álcool e veículos; no Sul, o Paraná, com ganho de 1,4 ponto percentual devido ao ramo de alimentos como a soja; no Centro-oeste, Mato Grosso, com mais 0,7 ponto percentual em decorrência do maior dinamismo do setor de alimentos e no Norte, o Pará, que teve aumento de 0,6 ponto percentual devido ao setor extrativo.
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