Manoel Dória| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Na última segunda-feira, dia em que as ações da Positivo Informática dispararam quase 80% na Bovespa por conta de rumores sobre uma possível venda à chinesa Lenovo, a diretoria de Relações com os Investidores da fabricante paranaense de computadores divulgou um comunicado em que negava a existência dessas negociações. O problema é que um trecho do texto é pouco claro e dá margem a interpretações diferentes.

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O comunicado dizia, por exemplo, que "inexiste, por incompleto, ato ou fato relevante que deva ser comunicado ao mercado na forma da regulamentação em vigor". Na avaliação de um professor de Língua Portuguesa, "inexistir, por incompleto" abre possibilidade para uma elipse do verbo "ser". Daí, o ato ou fato relevante não existiria "por não ser ainda completo". Será que faltou uma assinatura? Somente no último período o texto nega, sem elipses, a existência de tratativas para a venda do controle da empresa.

Pressão

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A desaceleração da economia ainda não provocou uma onda de demissões no setor de revendas de veículos no Paraná, garante o diretor geral da regional da Fenabrave (que reúne as concessionárias), Luis Antonio Sebben. Mas ele admite que a rotatividade aumentou. Quem não atinge metas em três meses é dispensado.

Quero um celular

Um projeto que tramita na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pode permitir que a GVT entre no mercado de telefonia móvel. Os técnicos da agência estudam regulamentar a criação de operadoras de redes móveis virtuais (ou MVNOs, na sigla em inglês). Nesse sistema, a empresa não precisaria ter sua própria frequência ou sistema de transmissão. Ela alugaria espaço nas redes de outras companhias – é o que faz, por exemplo, a britânica Virgin Mobile, com sucesso. A GVT já declarou ter interesse nesse sistema.

Por enquanto, a GVT está preocupada em expandir sua rede de telefonia fixa para áreas que ainda não atende. Até maio, ela vai entrar em mais uma grande cidade. Oferecer a opção de pacotes com telefonia móvel seria um complemento importante nessa expansão, já que todos os grandes competidores do país têm operações nos dois sistemas.

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A febre dos shoppings

O escritório de arquitetura Dória Lopes Fiuza Arquitetos Associados, que tem unidades em Curitiba e Florianópolis, apresenta nesta semana o projeto que desenvolveu para um novo shopping, o Joinville Garten. O empreendimento na cidade catarinense, que terá 200 lojas, faz parte de uma carteira que inclui outros quatro projetos em andamento e negociações que, segundo o sócio-diretor da empresa, Manoel Dória (foto), devem se transformar em pedidos ainda em 2009. Os shoppings hoje representam quase 60% do faturamento do escritório, que aposta na proliferação desse tipo de empreendimento em cidades médias. Em entrevista ao repórter Guido Orgis, Dória explica as mudanças que ocorreram no setor e conta que está otimista com negócios fechados em Angola, na África.

O mercado de shoppings ficou mais aquecido?

A indústria de shopping centers é muito recente no Brasil. Há muito espaço, muitas regiões que não são atendidas e nos grandes centros ainda há a possibilidade de se instalarem novos equipamentos. O aquecimento da economia fez com que mais projetos se concretizassem.

Para onde vão os shoppings?

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Há um grande potencial em cidades de médio para grande porte. Segundo pesquisas do setor, cidades com população acima de 150 mil habitantes e que têm uma economia com bom crescimento já são capazes de absorver um empreendimento desse tipo.

Quais os projetos em andamento?

Temos cinco projetos, três em Santa Catarina e dois em Angola. O mais recente é o Joinville Garten, que tem tudo para ser o mais moderno de Santa Catarina. Ele vai ter um único piso para prover espaços amplos e arejados. Em paralelo estamos projetando um shopping em Palhoça, uma cidade com pouco mais de 100 mil habitantes, mas que está perto de Florianópolis.

E os projetos em Angola?

Temos dois projetos lá. Um é um complexo múltiplo uso que já está em construção, com shopping e três torres em Luanda, capital de Angola. O outro fica numa região perto de Luanda. É um shopping horizontal, mais simples.

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Como é fazer negócios em Angola?

É um país que está em crescimento, tem muita obra a ser feita, o potencial é muito grande. Comenta-se que Luanda será a Dubai africana. Claro que há certo exagero nisso, mas é um país com ótimas oportunidades.