Compensação
Tarifas bancárias superam índice de preços
No mesmo período em que sofrem pressão da presidente Dilma Rousseff para baixar juros, os bancos estão elevando as tarifas de serviços, que são fonte importante de receita para o setor. Os preços dos serviços bancários avançaram três vezes mais que a inflação oficial nos 15 primeiros dias deste mês, segundo o IBGE. Enquanto a inflação medida pelo IPCA-15 subiu 0,51%, os preços desses serviços que correspondem às tarifas cobradas descontadas da conta corrente aumentaram 1,66% na média das principais regiões metropolitanas. É a maior alta para as tarifas desde julho do ano passado, quando o avanço ficou em 2,02%. No ano, as tarifas subiram 2,64%, enquanto a inflação ficou em 2,39%. Em 12 meses, elas têm alta de 8,39%, também acima do IPCA-15, que sobe 5,05%.
A prévia da inflação oficial não deu trégua em maio, como esperava o governo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) avançou 0,51% no mês, acima da taxa de abril (0,43%), informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o IPCA-15 acumulado neste ano chegou a 2,39%, ainda abaixo do resultado do mesmo período do ano passado (3,86%). Na taxa acumulada em 12 meses, o índice caiu para 5,05% em maio, ante 5,25% registrados em abril.
Embora mostrando aceleração em relação ao mês anterior, o IPCA-15 de maio veio ligeiramente abaixo da expectativa média do mercado. Pesquisa realizada pela Reuters apontou que o indicador subiria 0,55% neste mês, de acordo com a mediana das previsões de 17 analistas. As estimativas variavam de 0,45% a 0,60%.
Mesmo com a alta de preços ligeiramente mais forte em maio que em abril, o governo federal acabou de lançar medidas de estímulo à economia. Na segunda-feira, anunciou o sétimo conjunto de ações de incentivo ao crescimento econômico desde 2008, que inclui desonerações tributárias, queda de juros para diversas linhas do BNDES, e a redução do compulsório para que os bancos possam aumentar a oferta de crédito na compra de veículos.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, assegurou que as medidas de estímulo ao consumo não vão interferir na inflação. De acordo com Mantega, o efeito será o contrário: haverá deflação por causa da redução do custo tributário e também do preço de tabela dos veículos. Ele avalia que a economia está crescendo a taxas moderadas e pode se expandir sem pressionar os preços.
Destaques
Segundo o IBGE, os principais destaques deste mês ficaram para os preços dos cigarros (com aumento de 14,26%), remédios (+1,85%) e o feijão carioca (+15,30%) que, juntos, responderam por 0,22 ponto percentual do IPCA-15 de maio ou 43% do índice do mês.
Na segunda-feira, o mercado estimou que o IPCA fechará este ano em 5,21%, de acordo com o relatório Focus divulgado pelo Banco Central. Entretanto, para 2013 a expectativa foi elevada de 5,53% na semana passada para 5,60%. O governo avalia que o recente movimento de alta da inflação não preocupa e continua afirmando que ela convergirá para o centro da meta, estipulado em 4,5%.
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