O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira (16) que a inflação no país atingirá seu pico no primeiro trimestre de 2015 e, no trimestre seguinte, o cenário mais provável é de que ela inicie processo de declínio.
Tombini, que participou de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, repetiu ainda que a inflação acumulada em 12 meses tende a permanecer elevada no próximo ano e que o BC trabalha para fazer com que ela retorne à trajetória de convergência ao centro da meta até o final de 2016.
A meta de inflação é de 4,5% pelo IPCA, com margem de dois pontos porcentuais para mais ou menos. O indicador tem permanecido acima do teto em 12 meses, como em novembro, quando atingiu 6,56%.
"Estou convencido de que, após um curto interregno possivelmente em elevação, a inflação em doze meses iniciará um longo período de declínio, que no cenário mais provável se inicia no segundo trimestre de 2015, e vai culminar com o atingimento da meta", afirmou ele.
Tombini voltou a dizer que a autoridade monetária trabalha, "neste momento", para fazer com que a inflação retorne "o mais rápido possível à trajetória de convergência para a meta", referindo-se até o final de 2016.
O BC deu início ao atual ciclo de aperto monetário em outubro passado, e já elevou a Selic ao atual patamar de 11,75% ao ano, indicando que deve continuar puxando a taxa básica de juros no curto prazo para domar a inflação.
O presidente do BC disse ainda que a inflação continua elevada por causa do câmbio e dos preços administrados. O dólar, entre setembro e novembro, acumulou alta de quase 15% sobre o real e, nesta sessão, aproximou-se de R$ 2,76, maior nível em quase dez anos.
Tombini afirmou que o BC definirá "nos próximos dias" os parâmetros do programa de swap cambial que passará a vigorar a partir de 1º de janeiro, mas adiantou que eles podem ser ajustados "para o mínimo de US$ 50 milhões e o máximo de US$ 200 milhões por dia".