O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,36% em dezembro e fechou 2005 com taxa acumulada de 5,69%. O IPCA é o índice usado pelo governo para balizar o regime de metas de inflação. O percentual superou tanto o centro da meta original de inflação fixada para o ano (4,5%) quanto a meta ajustada que o Banco Central (BC) anunciou que perseguiria (5,1%). Mas não há um descumprimento "oficial", já que o índice ficou dentro do intervalo de tolerância, que vai até 7%.
A variação de 5,69% do IPCA em 2005 foi inferior à verificada em 2004, quando a inflação medida pelo índice foi de 7,60%.
O resultado final do IPCA ficou praticamente igual à previsão de 5,7% feita pelo BC no Relatório de Inflação divulgado em dezembro. Também quase igualou a mediana das expectativas do mercado financeiro, captada pela mais recente pesquisa Focus do Banco Central, que era de IPCA de 5,68% em 2005.
Dentre os grupos de produtos pesquisados pelo IBGE, Transportes (8,07%) apresentou a maior variação de preços ao longo de 2005 e Alimentação e Bebidas (1,99%), a menor.
O IBGE informou que, em dezembro, o IPCA de 0,36% em dezembro ficou abaixo da taxa de 0,55% de outubro. A redução da alta nos preços dos Transportes (de 0,66% para 0,24%) e dos Alimentos (de 0,88% para 0,27%) levou à desaceleração da taxa de crescimento do IPCA de novembro para dezembro.
Gasolina, passagens aéreas e ônibus urbanos foram os principais itens que fizeram baixar a taxa do grupo Transportes. A gasolina (-0,18%) chegou a apresentar pequena queda, após os aumentos de setembro (3,36%) e outubro (4,17%) como efeito de reajuste, além da variação residual de 0,83% de novembro.
As passagens aéreas, que haviam apresentado alta de 5,04% em novembro, passaram para 0,90%, enquanto as passagens dos ônibus urbanos tiveram a taxa de crescimento reduzida de 0,64% para 0,24%. O álcool, no entanto, com o repasse dos reajustes praticados pelas distribuidoras, ficou 4,53% mais caro para o consumidor, após a variação de 2,52% de novembro.
O grupo Alimentação e Bebidas baixou em razão, principalmente, das carnes (de 1,78% para 0,41%), do frango (de 1,22% para -1,34%) e de produtos in natura como tomate (de 36,03% para -0,08%) e cebola (de 18,03% para -1,57%). A batata-inglesa (de 43,89% para 31,38%) destacou-se pela alta, mesmo tendo mostrado redução de um mês para o outro.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast