Pressionada por alguns tipos de alimentos, a inflação de Curitiba avançou 0,63% em outubro, na maior alta em seis meses. Nos últimos 12 meses, a inflação de Curitiba acumula alta de 6,26%, acima do índice nacional, de 5,84%. Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
INFOGRÁFICO: Inflação reaparece em Curitiba
Entre as 11 capitais e regiões metropolitanas monitoradas pelo IBGE, Curitiba registrou a quarta maior alta de preços, atrás de Goiânia (0,92%), São Paulo (0,69%) e Recife (0,66%). A inflação da capital paranaense também ficou acima do índice nacional que avançou 0,57% em outubro, a maior taxa desde fevereiro.
Em Curitiba, as principais pressões vieram de Artigos de Residência (1,05%) e do grupo Alimentação e Bebidas (0,98%), com destaque para o tomate (8,69%), farinha de trigo (8,19%), frutas e verduras (6,21%) e carne (2,38%). Ainda dentro deste grupo, o subitem alimentação fora de casa subiu 1,84%, contribuindo negativamente para o aumento da inflação.
Nos últimos 12 meses, de novembro de 2012 a outubro deste ano, seis dos nove grupos do IPCA ficaram acima da inflação média do período em Curitiba: Artigos de Residência (11,10%); Despesas Pessoais (9,17%); Vestuário (8,23%); Alimentação e Bebidas (8,09%); Educação (8%); e Saúde e Cuidados Pessoais (6,80%).
Inflação resistente
Eugênio Stefanelo, técnico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), não vê perspectivas de recuo expressivo nos preços pelo quarto ano seguido a inflação deve ficar acima do centro do teto da meta (4,5%), encerrando 2013 entre 6% e 6,5%. "O último ano em que o índice ficou abaixo do centro da meta foi em 2009 (4,31%). O que me preocupa é que ano a ano a inflação está ficando mais resistente", diz.
Causas
Para Stefanelo, o descontrole das contas públicas e o aumento da taxa de câmbio estão contribuindo para manter a inflação em alta. "Pela primeira vez desde 1999, tivemos déficit primário das contas públicas no mês de setembro. A meta inicial do governo era um superávit primário de 3,1% do PIB, mas já foi reduzida para 2,3% e ninguém acredita que isso irá se concretizar", destaca.
O avanço do dólar, por sua vez, favorece as exportações e encarece os produtos importados no mercado interno, resultando em mais aumento de preços. Sem redução dos gastos do governo, avalia o professor da UFPR, não há expectativa de queda da inflação, principalmente em 2014, que é ano de eleições.