Houve desaceleração generalizada nos preços dos produtos consumidos no país| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A inflação desacelerou em junho para 0,35%, divulgou nesta sexta-feira (8) o IBGE. A taxa ficou abaixo da verificada em maio, quando o IPCA, o indicador oficial de inflação do país, foi de 0,78%.

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O dado do mês passado foi o menor verificado desde agosto de 2015 (0,22%). Em junho do ano passado, o índice esteve em 0,79%

No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação está em 8,84%, acima, portanto, do teto da meta do governo, de 6,5%. Nos seis primeiros do ano, a inflação está em 4,42%.

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Houve desaceleração generalizada nos preços dos produtos consumidos no país. Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo instituto apresentaram taxa mais baixa em junho em relação a maio.

O destaque positivo coube à habitação – que inclui aluguel e taxas de luz, gás e água –, que registrou inflação de 0,63% em junho, após ter subido 1,79% no mês anterior.

A taxa de água e esgoto, que havia subido 10,37% em maio, teve alta muito menor, de 2,64% em junho. Embora tenha desacelerado, o nível do indicador continua alto, motivado principalmente por reajustes nas contas de água em Salvador, Brasília, Belo Horizonte e São Paulo.

O indicador mostrou que houve alívio nos preços administrados – aqueles que são controlados por governos – e também nos alimentos, que, embora resistam a cair, registraram desaceleração.

Alimentos

A alimentação, que tem pesado no bolso do consumidor nos últimos meses, desacelerou pouco – de 0,78% em maio para 0,71% em junho.

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Apenas dois produtos alimentícios foram responsáveis por 60% da inflação de junho, segundo o IBGE. O quilo do feijão-carioca ficou 41,78% mais caro em junho, uma contribuição de 0,11 ponto porcentual para a taxa de 0,35% apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês. Já o litro do leite longa vida aumentou 10,16%, um impacto de 0,10 ponto porcentual.

“A resistência dos preços está nos alimentos, é na alimentação, que depende do clima”, explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE. “O feijão-carioca é o mais consumido no país. Não tem em outro lugar, não dá para importar. Tem se importado o feijão preto”, completou.

No caso do leite, os pecuaristas estão gastando mais com a ração para o gado, por conta de problemas com o pasto e pela redução na safra nacional de milho. Juntos, o feijão-carioca e o leite longa vida deram uma contribuição de 0,21 ponto porcentual para o IPCA.

Outras altas relevantes em junho foram do feijão-mulatinho; feijão-preto; feijão-fradinho; manteiga; chocolate em barra e bombom; fubá de milho; alho; leite em pó; café moído e ovos.

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“Os alimentos têm subido por conta de problemas climáticos, que têm acontecido neste ano e (aconteceram) no fim do ano passado. Teve muita chuva. No caso do feijão-carioca, o principal produtor é o Paraná. Tem diminuído a oferta de feijão. É o prato típico do brasileiro, feijão com arroz. A saca do feijão-carioca, que nessa época ficava em torno de R$ 120,00, este ano chegou a R$ 500,00, até R$ 600,00”, disse Eulina.

Por outro lado, os produtos que tiveram reduções de preços mais relevantes foram: cenoura, cebola, açaí, tomate, frutas, pescado, óleo de soja, açúcar refinado, frango inteiro, pão de forma e doces.

Deflação

O segmento de transportes foi o único que apresentou deflação, que é queda de preço. A redução em junho, no entanto, foi menos intensa relação a maio.

Os transportes, grupo que inclui passagens aéreas e combustíveis, caíram 0,53%, abaixo da queda de 0,58% de maio.

A gasolina teve queda de 1,22%. O automóvel novo apresentou redução de preço de 0,90%. A passagem aérea caiu 4,56%.

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