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Diretor do BC prevê aumento de gastos públicos para este ano

As contas públicas podem apresentar aumento de gastos este ano. De acordo com o diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo, há risco de a política fiscal ser considerada expansionista, com aumento de despesas.

A avaliação sobre política fiscal é feita com base no conceito chamado superávit primário estrutural, cálculo feito com base na exclusão de receitas e despesas extraordinárias, assim como das decorrentes dos ciclos econômicos. Por esse conceito, é possível dizer se a política fiscal é neutra, expansionista ou contracionista.

Conforme o diretor, no Relatório de Inflação, o BC manteve a expectativa de que a política fiscal sairá da posição expansionista para a neutralidade, mas há "risco" dessa hipótese não se concretizar este ano. "A hipótese com a qual trabalhamos é de neutralidade, mas o risco é de que não seja", ressaltou o diretor. "Para 2015, as evidências indicam que nossa hipótese se confirmará", acrescentou.

Araújo não respondeu se a meta de superávit primário, economia para o pagamento de juros da dívida pública, de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), será alcançada. Segundo ele, a pergunta deve dirigida a autoridades fiscais, uma vez que o BC só trabalha com superávit primário estrutural.

Novas projeções do Banco Central divulgadas nesta segunda-feira (29) no Relatório Trimestral de Inflação, mostram que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará o ano de 2014 em 6,3%, bem acima do centro da meta de inflação de 4,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A nova estimativa apresenta um ligeiro recuo em relação à projeção de 6,4% que constava no relatório de inflação divulgado em junho. A projeção leva em conta o cenário de referência traçado pelo BC para a definição da política monetária.

No último ano do governo Lula, em 2010, o IPCA foi de 5,91%. A inflação no ano passado subiu também 5,91%, ante 5,84% em 2012. No primeiro ano do governo Dilma, em 2011, o IPCA fechou no teto da meta, em 6,50%.

PIB

O Banco Central também mostrou mais pessimismo em relação ao crescimento do Brasil neste ano. Novas previsões do BC mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) do País deve fechar com uma expansão de 0,7% após quatro anos do governo Dilma Rousseff. No relatório de junho, o BC projetava um expansão de 1,6% de alta do PIB este ano.

A projeção caiu para menos da metade. A projeção do BC é menos otimista do que a do Ministério da Fazenda, que estima uma alta do PIB de 0,9% em 2014, no relatório de avaliação de despesas e receitas do Orçamento. No primeiro ano do seu governo, em 2011, a presidente conseguiu um crescimento de 2,7% e, no segundo, de apenas 0,9%. No ano passado, a economia teve uma alta de 2,3%.

O BC também projetou um crescimento de 1,2% até o segundo trimestre de 2015. A pesquisa Focus, que coleta previsões dos analistas do mercado financeiro, projeta um crescimento de 0,29% neste ano e de 1,01% em 2015.

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