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Preços

“Inflação do aluguel” sobe 31% em um ano, puxada por combustíveis e matérias-primas

IGP-M, índice usado para correção do aluguel, acumula alta de 31,1% em 12 meses. (Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo)

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A “inflação do aluguel” subiu 31,1% em apenas um ano, segundo o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getulio Vargas. É mais de quatro vezes o registrado em março do ano passado, quando o indicador sinalizava uma alta de 6,81% no acumulado de 12 meses.

Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços na FGV, todos os componentes do IGP-M registraram aceleração neste mês. “No índice ao produtor, os aumentos recentes dos preços das matérias-primas continuam a influenciar a aceleração de bens intermediários e de bens finais. Além disso, os aumentos dos combustíveis também contribuíram para o avanço da inflação ao produtor e ao consumidor. Na construção civil, os materiais para a construção seguem em aceleração impulsionados pela alta dos preços dos insumos básicos.”

Dois destaques chamaram a atenção do Banco Fibra: a alta de 70,1% da inflação das matérias-primas brutas em 12 meses, que reflete o choque de preço das commodities internacionais, e a alta de 21,17% nos bens finais.

O IGP-M reflete, em sua maior parte, o avanço dos preços de atacado, que compõem 60% do índice (preços ao consumidor têm peso de 30% e os custos da construção civil, de 10%). Portanto, é muito influenciado por dólar e commodities.

São itens que não têm relação tão grande com os custos da moradia ou com a situação do mercado de locação. Mesmo assim, continua sendo usado em boa parte dos contratos de aluguel, costume de décadas atrás.

Aumento do combustível pesou para IGP-M de março

Somente em março, o índice subiu 2,94%, a maior alta desde novembro. Economistas do Bradesco explicam que o acréscimo deste mês foi explicado, em grande parte, pelo aumento dos combustíveis, que influenciou nos preços dos produtos industriais e ao consumidor.

“No atacado, o IPA-Industrial ganhou força em função da alta dos derivados do petróleo, minério de ferro e produtos químicos”, apontam os analistas do banco. A tendência, segundo eles, é de que a inflação no atacado comece a perder força nos próximos meses.

Segundo o relatório Focus, uma pesquisa feita semanalmente pelo Banco Central junto a instituições financeiras, o ponto médio das previsões do IGP-M para 2021 indica para uma alta de 12,2% neste ano. Há 12 semanas esta projeção vem aumentando. Há um mês, ela era de 8,88%.

A alta na inflação nos últimos meses é resultado da combinação da elevação no preço das commodities e da desvalorização do real frente ao dólar. A combinação desses dois fatores fez com que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentasse a Selic de 2% ao ano para 2,75%, no último dia 16. Novas altas estão previstas. O relatório Focus sinaliza que a taxa chegará a 5% ao ano em dezembro.

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