A alta dos preços dos alimentos pesou mais no orçamento das famílias de menor renda em outubro e empurrou o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) para 10,33% no acumulado em 12 meses.
O INPC, que mede a inflação das famílias brasileiras que recebem de um (R$ 788) a cinco salários mínimos (R$ 2.364) mensais, avançou 0,77% em outubro, influenciado sobretudo pela alta dos alimentos.
Trata-se da maior taxa acumulada em 12 meses desde novembro de 2003 (10,38%). Em setembro, o índice estava em 9,90%.
O índice está portanto acima dos 9,93% acumulados em 12 meses pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial e que abrange famílias que recebem de um a 40 salários mínimos (até R$ 31.520 mensais).
Os dois índice são calculados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e foram divulgados nesta sexta-feira (6).
Alimentos
Segundo Eulina Nunes, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, a inflação das famílias de menor renda foram afetadas em outubro sobretudo pela alta dos preços dos alimentos, que responde por 30% do orçamento.
“A [população de] renda mais baixa está sendo mais penalizada. Além dos alimentos, o reajuste do gás de cozinha pesou no orçamento dessas famílias. São poucas localidades que têm gás encanado, como São Paulo e parte do Rio”, disse.
A inflação das famílias de menor renda em São Paulo, por exemplo, acumulou 11,28% nos últimos 12 meses. Em Curitiba, esse aumento foi ainda maior, de 12,60%. Em Goiânia, o custo de vida subiu 12,15%, segundo o IBGE.
Trata-se exatamente da parcela da população com menos instrumentos financeiros para se proteger do aumento de preços, por ter menos gordura no orçamento e poupança para aplicar em títulos públicos atrelados à inflação.
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