Previsões
Brasil crescerá 4,5%, diz FMI
O Fundo Monetário Internacional (FMI) revelou ontem que o pacote do Fed (o banco central americano), lançado no ano passado, contribuiu significativamente para a melhora da perspectiva de crescimento dos EUA. A projeção da instituição para o crescimento da economia americana neste ano aumentou 0,7 ponto percentual, passando a 3%. A recuperação dos Estados Unidos manterá a alta no preço da commodities até 2012, diz o FMI, que também revisou para cima a previsão de crescimento do Brasil em 2011, chegando a 4,5%, um aumento de 0,4 ponto percentual sobre o projetado em outubro. A alta acompanha tendência global a projeção para a economia mundial subiu de 4,2% para 4,4%.
Folhapress
Os emergentes superaquecendo, os Estados Unidos engatando uma recuperação tardia e a Europa dividida entre a força da Alemanha e a fraqueza da periferia. O xadrez da economia global pós-crise está montado e será discutido nos próximos dias por 2,5 mil autoridades e especialistas no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Os extraordinários acontecimentos desde 2008 ampliaram as disparidades no cenário internacional e trouxeram desafios novos. Essa dinâmica pode ser constatada por um fato novo que ilustra bem o momento: a inflação se transforma em risco até nos países com retomada inconsistente. Mostra da interconexão cada vez mais complexa das economias.
Existe a perspectiva de que os EUA possam finalmente deslanchar neste ano, embora o desemprego elevado ainda imponha cautela, mesmo depois de todo o estímulo monetário e fiscal adotado pelo governo norte-americano. A Europa vive um período de contrastes. Depois da Grécia e da Irlanda no ano passado, existe o risco de outros países da periferia terem de recorrer ao socorro externo. Enquanto isso, a Alemanha engata reação consistente, com o mercado de trabalho aquecido e vendas a pleno vapor para os emergentes.
Aliás, existe uma corrente otimista entre alguns economistas apontando que os países em desenvolvimento puxarão uma nova onda de crescimento econômico mundial ala que ainda convive com outras avaliações bem mais contidas sobre as perspectivas globais. De qualquer forma, o vigor dos emergentes já traz o risco de inflação global, um componente que passou a ser vislumbrado no ano passado e agora mostra suas garras. Um pouso forçado na China é o maior receio do momento, já que o país se esforça para conter os preços e deve voltar a subir os juros em breve. As commodities superam picos registrados em 2008, antes da crise, e geram forte pressão sobre a inflação de alimentos e a energia mundo afora, um prenúncio de tensão social. Até a Europa, envolvida na crise de dívida soberana, vê o índice de preços ao consumidor superar a meta de 2%.
Mas a disparada das matérias-primas não é só reflexo do aumento da demanda nos países em desenvolvimento. O movimento é potencializado pela especulação nos mercados futuros, fruto da liquidez artificial criada pela política ultra-acomodatícia dos Estados Unidos. Ao imprimir dinheiro novo para ajudar sua economia, os EUA também geram uma onda de recursos em busca de retornos mais apetitosos.
Além das commodities, as moedas emergentes têm sido os alvos preferidos, daí a chamada guerra cambial que pegou fogo em 2010 e ainda se estende neste ano. Os bancos centrais emergentes lutam como podem para segurar a valorização das moedas. O Brasil é o principal exemplo, pois, mesmo depois de impor taxação ao capital estrangeiro no ano passado, o BC ainda trava batalhas diárias, agora com os leilões de swap reverso, para impedir que o dólar caia ao nível de R$ 1,65.
A 41.ª edição do Fórum Econômico Mundial ocorre de hoje a domingo em Davos, com o tema "Normas Compartilhadas para a Nova Realidade". Entre os chefes de governo, o evento contará com a chanceler alemã, Angela Merkel; o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron; o presidente da França, Nicolas Sarkozy; o primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou; e o presidente do México, Felipe Calderón. A delegação brasileira terá o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini; o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota; o presidente do BNDES, Luciano Coutinho; e o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli. O Brasil será tema de um painel no sábado, com a presença de Tombini, Coutinho e do presidente da Embraer, Frederico Curado. O objetivo é discutir as perspectivas para o país, agora sob novo governo.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast