Curitiba e região têm menor desemprego para meses de julho
Na contramão da maioria das metrópoles, a de Curitiba mostrou estabilidade nos índices de desemprego. Segundo o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), que usa em sua pesquisa a mesma metodologia do IBGE, a taxa da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) oscilou de 3,5% para 3,6% em julho, mas permanece a menor entre as regiões metropolitanas e abaixo da média nacional (5,6%). O índice considera empregos formais e autônomos.
A taxa da RMC também é a menor para o mês de julho desde 2003, quando teve início a série histórica. Salvador continua a região com mais desempregados (passou de 8,8% em junho para 9,3% em julho), seguida do Recife (6,5% para 7,6%). O índice de Porto Alegre melhorou e se aproximou do curitibano caiu de 3,9% para 3,7%.
Demissões no comércio e na construção civil podem ter provocado a pequena alta do desemprego na RMC de junho para julho, avalia o diretor de estatística do Ipardes, Daniel Nojima. "A construção vem ensaiando uma queda na sua dinâmica, ainda que no mês passado estivesse empregando 5 mil trabalhadores a mais que em julho de 2012", afirma. Em relação ao comércio, Nojima afirma que a desaceleração nas vendas deste ano pode já estar se refletindo nos empregos.
O economista avalia que o mercado de trabalho da RMC tem se mostrado resistente frente a índices preocupantes da economia nacional, como a desvalorização do real e as baixas expectativas de crescimento econômico. "Há um ano, a avaliação era de que a desaceleração da economia se refletiria rapidamente no mercado de trabalho. Na RMC, está havendo [esse reflexo], mas muito lentamente", diz. Ele destaca a média salarial da região, de R$ 2.097,30, que se manteve estável de junho a julho e 4% acima da registrada no mesmo período de 2012. A média nacional do mês ficou em R$ 1.848,40.
Nojima também avalia ser cedo para constatar queda no nível de formalização dos empregos na RMC. A dúvida parte de uma comparação entre o índice do IBGE e o Caged, que mede o mercado formal. Segundo este último, o Paraná teve em 2013 o pior julho em dez anos foram criados 1,8 mil empregos no mês, 70% menos que um ano antes. "A composição do emprego na RMC não deve mudar até o fim de 2013", acredita.
Camille Bropp Cardoso
A pesquisa do IBGE que acompanhou a evolução do emprego em julho comprovou a corrosão do rendimento dos brasileiros. Os dados mostraram que o poder de compra dos trabalhadores já considerada a inflação caiu 0,9% na passagem de junho para julho, contabilizando a quinta retração consecutiva. O rendimento médio caiu para R$ 1.848,40.
Confira a taxa de desemprego no mês de julho
Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azevedo, a correção salarial não tem conseguido compensar as perdas impostas pelos números de inflação mais salgados este ano.
A maior queda no rendimento foi registrada entre os trabalhadores por conta própria, que amargaram retração de 1,9%. Os trabalhadores com carteira assinada tiveram alta de 0,1% na renda, enquanto os sem carteira assinada contabilizaram elevação de 0,5% no período.
Desemprego
A taxa de desemprego teve seu primeiro recuo no ano, passando de 6% em junho para 5,6% em julho. A desocupação subiu um pouco em relação ao mesmo período do ano passado (quando estava em 5,4%), mas, ainda assim, ficou abaixo da esperada por boa parte dos analistas o mercado apostava em algo próximo de 5,8%.
"Ao contrário dos números divulgados ontem [anteontem] sobre a criação de empregos no mercado formal, os dados do IBGE imprimiram um crescimento de 1,7% no emprego em relação a julho de 2012 e 0,7% em relação a junho de 2013", disse o sócio-diretor da Schwartsman & Associados, Alexandre Schwartsman, ao comparar os dados do IBGE com os do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Conforme as estatísticas do Caged, foram criados em julho apenas 41.463 postos de trabalho, o menor nível dos últimos dez anos. Os dados do IBGE, afirmou Schwartsman, sugerem que o mercado de trabalho "está mais forte do que a maioria dos analistas parecia acreditar". Em outras palavras, segundo ele, apesar do fraco desempenho do emprego formal, há um quadro de estabilidade.
Aumento real foi o mais baixo desde 2009
Agência O Globo
A alta da inflação e o fraco desempenho da economia nos primeiros seis meses do ano limitaram os reajustes salariais reais (acima da inflação) negociados no primeiro semestre. Na média de 328 negociações monitoradas pelo Dieese, o aumento real médio caiu de 2,26% no primeiro semestre de 2012 para 1,19% neste ano o índice mais baixo desde 2009.
O levantamento mostra que 84,5% dos acordos salariais avaliados tiveram aumentos acima da inflação, ante 96,3% no mesmo período de 2012. Neste ano, portanto, cresceu o número de reajustes iguais ou até mesmo inferiores à inflação.
Para este segundo semestre, que concentra as negociações de categorias de ponta como bancários, metalúrgicos e petroleiros, o coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre, acredita que haverá espaço para reajustes mais robustos.
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