A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou dezembro com alta de 0,30%, ante uma variação de 0,18% em novembro, informou nesta quarta-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com isso, a taxa acumulada pela inflação no ano de 2016 foi de 6,29%, resultado dentro do teto da meta de tolerância estipulada pelo governo, de 6,5%.
O resultado de dezembro confirma o ritmo de desinflação que deve permitir um corte maior na taxa básica de juros. No ano passado, o IPCA acumulou alta de 10,71%, o que levou o Banco Central a elevar os juros até 14,25% ano.
A inflação começou a perder força no segundo semestre de 2016, influenciada pela baixa atividade econômica, queda das cotações do dólar e por um comportamento melhor dos preços dos alimentos. Com isso, o Banco Central começou em outubro o atual ciclo de redução dos juros. Foram dois cortes de 0,25 ponto percentual, o que levou a Selic para 13,75% ao ano.
A taxa de juros é usada pelo Banco Central para influenciar a atividade econômica e, com isso, a inflação. Com a queda dos índices de preços, o BC deve acelerar os cortes, começando com a reunião que termina nesta quarta-feira. No mercado financeiro cresceram as apostas em uma redução de 0,75 ponto percentual.
Dezembro
O IPCA de dezembro foi o menor desde 2008, quando teve alta de 0,28%. A inflação registrada no mês de dezembro de 2015 tinha sido de 0,96%.
Os alimentos voltaram a ficar mais caros no último mês do ano, após um período de trégua. O grupo Alimentação e bebidas teve alta de 0,08% em dezembro, ante recuo de 0,20% em novembro, segundo os dados do IPCA.
O movimento significa uma reversão na trajetória de contribuição do grupo para a taxa de inflação: de -0,05 ponto porcentual em novembro para 0,02 ponto porcentual em dezembro. “Se olharmos em termos de contribuição e novembro para dezembro, dá um aumento de 0,07 ponto porcentual. Então alimentação puxou bem (o IPCA de dezembro)”, avaliou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.
A alimentação consumida em casa saiu de queda de 0,47% em novembro para recuo de 0,05% em dezembro. Ainda ficaram mais baratos no último mês itens como feijão-carioca (-13,77%) e leite longa vida (-3,97%). Entretanto, outros produtos importantes no orçamento das famílias tiveram aumento, como o arroz (0,21%), as carnes (0,77%) e as frutas (3,39%).