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Mercado de trabalho

Inflação já “come” renda do brasileiro

Após anos de bons resultados, construção civil dispensou 104 mil trabalhadores em abril | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Após anos de bons resultados, construção civil dispensou 104 mil trabalhadores em abril (Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo)

A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no mês de abril ficou em 5,8% e foi novamente um recorde para o mês desde o início da série do Instituto, em 2002 – no mês passado, o instituto havia verificado o menor índice históricpara o mês de março. Entretanto, o rendimento médio real registrou baixa de 0,2% ante março, um alerta de que a inflação pode estar começando a afetar os salários dos trabalhadores.

É o que pensa o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo. "A inflação jogou o rendimento para baixo", disse. Azeredo ponderou, no entanto, que na comparação com abril de 2012 os ganhos dos trabalhadores apresentaram um leve crescimento, de 1,6%.

Curitiba

Na região metropolitana de Curitiba, a queda no rendimento médio real apurada pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) foi ainda maior que na média nacional: 1,6%. Ainda assim, o trabalhador da Grande Cur itiba tem hoje o segundo maior salário do Brasil (R$ 1.981,40), atrás apenas de São Paulo (R$ 1.996,70).

Por aqui, o diretor do Centro Estadual de Estatística do Ipardes, Daniel Nojima, prefere delegar a queda a uma oscilação na composição da renda do que a um possível impacto da inflação – hipótese que ele não descarta a nível nacional. "Na ocupação da região de Curitiba houve um aumento no número de pessoas que trabalham por conta própria. Em geral, nesses casos, a remuneração é menor, o que puxa a média para baixo", esclarece.

Contingente

Em abril, a população ocupada, de 22,9 milhões de pessoas, "não se alterou significativamente" tanto em comparação ao mês anterior quanto em relação a abril de 2012, segundo o IBGE.

Um dado curioso, porém, é que o número de pessoas em idade ativa cresceu mais que a população ocupada, 1,1% ante 0,9%. Ou seja, há mais pessoas sendo inseridas no mercado do que postos de trabalho sendo criados. Para Azeredo, caso esse comportamento persista, a tendência é que o desemprego aumente.

3,8% é a taxa de desemprego de Curitiba, segundo o Ipardes, que apura o dado por aqui com a mesma metologia do IBGE. É a menor na comparação com as outras seis capitais pesquisadas pelo instituto nacional.

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