A inflação na Espanha harmonizada nos padrões da União Europeia (UE) desacelerou muito mais que o esperado em dezembro, para o menor nível em 13 meses, mostraram dados preliminares do Instituto Nacional de Estatísticas (INE, na sigla em inglês) nesta sexta-feira (30), reforçando o cenário de mais cortes na taxa de juros da zona do euro.
Ao mesmo tempo, números sobre a conta corrente do país ofereceram um raro sinal de esperança para a combalida economia, que registrou superávit pela primeira vez em 13 anos.
A Espanha registrou superávit em conta corrente de 456,2 milhões de euros (589 milhões de dólares) em outubro, contra um déficit de 2,66 bilhões de euros no mesmo mês do ano passado, informou o Banco da Espanha.
Os preços ao consumidor espanhol subiram 2,3 por cento numa base anual em dezembro, segundo os números preliminares, ante estimativa e leitura anterior de 2,9 por cento. Os números vieram após relatórios informarem na quinta-feira que a inflação na Alemanha esfriou pelo terceiro mês seguido.
Mas, de acordo com a última pesquisa da Reuters, economistas acreditam que o Banco Central Europeu (BCE) vai manter a taxa de juros estável até o segundo trimestre de 2012, após ter aliviado a política monetária em novembro e dezembro.
"Teremos que ver o rumo da inflação nos próximos meses após os dados da Alemanha de ontem e considerando a depreciação do euro", afirmou o economista do Citi Juergan Michels.
"Não acho que o BCE vai cortar o juro em janeiro, e provavelmente não o fará até que tenha mais informações de que uma recessão está a caminho."
O índice de inflação da zona do euro, que será divulgado em 4 de janeiro, deve mostrar que a alta nos preços desacelerou a 2,8 por cento, contra 3,0 por cento em novembro, ainda acima da meta do BCE, próxima de 2 por cento.
O presidente do BCE, Mario Draghi, já disse que a zona do euro deve entrar numa leve recessão até o final do ano.