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Curitiba e região têm inflação abaixo da média em 2013

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, teve variação de 5,67% em 2013 em Curitiba e Região Metropolitana, ficando abaixo da média nacional, de 5,91%

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Inflação mostrou resistência em 2013, diz Tombini

A inflação ao consumidor encerrou 2013 com resistência ligeiramente acima daquela que se antecipava, disse, em nota, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini. "Essa resistência da inflação, em grande medida, se deveu à depreciação cambial [alta do dólar] ocorrida nos últimos semestres, a custos originados no mercado de trabalho, além de recentes pressões no setor de transportes", destacou o presidente do BC.

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O indicador que mede a inflação no país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou o ano de 2013 em 5,91%, após registrar alta de 0,92% em dezembro - acima da taxa registrada em novembro (0,54%) e o maior IPCA mensal desde abril de 2003, quando acresceu 0,97% em um mês. Divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10), o resultado anual foi maior que o de 2012, quando inflação oficial fechou o ano 5,84%. O índice ficou acima do centro da meta pelo governo, de 4,5%.

Com isso, 2013 marcou o quarto ano seguido em que a inflação brasileira fica próxima ou acima de 6%. Em 2010, a inflação medida pelo IPCA ficou em 5,91%, indo a 6,5% em 2011 e a 5,84% em 2012. A meta do governo é de 4,5%, com tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Os resultados ficaram acima da expectativa em pesquisa da Reuters, cuja mediana apontava alta mensal de 0,82% em dezembro e de 5,82% no ano passado. De acordo com o IBGE, em 2013 o principal impacto veio de Alimentação e Bebidas, com alta acumulada de 8,48%. Mesmo tendo desacelerado ante 2012 (quando subiu 9,86%), o grupo sozinho teve um impacto de mais de um terço sobre toda a alta do IPCA no ano passado, mais exatamente 2,03 pontos percentuais.

"Apesar do recorde de safra, os alimentos vêm subindo de forma sistemática nos últimos anos. O clima vem afetando os preços aqui e lá fora... e a demanda mundial vem crescendo", afirmou a economista do IBGE Eulina Nunes dos Santos, acrescentando que a demanda por alimentos no Brasil e no exterior está cada vez mais forte.

O resultado do IPCA no ano só não foi pior porque, em janeiro, o governo promoveu forte redução no valor das tarifas de energia elétrica e, em meados do ano, o aumento dos preços do transporte público foi revogado em várias capitais após intensas manifestações populares.

Os preços de energia elétrica residencial fecharam o ano passado com queda média de 15,66 por cento, tendo impacto de -0,52 ponto percentual no IPCA, segundo o IBGE.

Transportes puxaram alta do IPCA de dezembro

Em dezembro do ano passado, o Grupo Transportes teve o maior impacto no IPCA, com alta de 1,85% e 0,35 ponto porcentual de contribuição para a taxa mensal. Em Transportes, gasolina e passagens aéreas foram destaque em dezembro de 2013. A gasolina contribuiu com 0,15 ponto porcentual no índice mensal, enquanto as passagens de avião contribuíram com 0,12 ponto porcentual.

Os grupos Alimentação e Bebidas e Artigos de Residência aceleraram a alta no IPCA de dezembro. Os alimentos passaram de uma alta de 0,56% em novembro para avanço de 0,89% em dezembro. Segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, a alta foi generalizada, com destaque para carnes e hortaliças.

"A produção de hortaliças é muito sensível a chuvas e tem produção local", afirmou. Em Artigos de Residência, a aceleração foi de 0,38% para 0,89% na passagem de novembro para dezembro. A volta do IPI nos eletrodomésticos fez diferença, segundo Eulina.

Serviços

O IPCA de serviços no mês de dezembro de 2013 foi de 1,16%, ante 0,65% em novembro. "Foi uma aceleração expressiva, por causa da alimentação fora e do aluguel", disse Eulina. Ela citou também as passagens aéreas e o cabeleireiro como destaques na inflação de serviços.

O IPCA de 2013 registrou deflação de 15,66% no item energia elétrica. Foi o mais expressivo impacto para baixo no índice fechado do ano, com contribuição negativa 0,52 ponto porcentual, segundo o IBGE.

IPCA não surpreende e inflação está sob controle, diz ministro interino

O ministro interino da Fazenda, Dyogo Henrique, disse que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, de 5,91% no fechamento de 2013, não surpreende o governo. Relatório Trimestral de Inflação divulgado em dezembro pelo Banco Central projetava, em cenário de referência, um índice de 5,8%. "Já esperávamos que dezembro tivesse um índice um pouco mais alto por causa do aumento do preço da gasolina e também porque é um período de férias, quando as passagens aéreas tiveram uma contribuição para que o índice viesse um pouco mais alto em dezembro", destacou.

Para ele, o importante é que o índice está dentro da meta, demonstrando, por parte do governo, que a inflação no Brasil está sob controle, sem perspectiva de aumento exagerado de preços. A meta de 2013, estabelecida pelo governo, é 4,5%, com tolerância de 2 pontos percentuais. Ou seja, no limite, a inflação poderia ficar em 6,5% que estaria dentro da meta. "Isso é que é mais importante para o país e para a população brasileira: ter segurança de que estamos mantendo a inflação dentro dos patamares e dentro das metas", ressaltou ele, substituto do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que está de férias.

Sobre o fato de o governo ter estimado, por diversas vezes, que a inflação no ano passado deveria ser menor do que a registrada em 2012, Dyogo disse que a variação é quase estável. "Não sei se havia esse compromisso [de manter a inflação em patamares menores do que 2012], mas há sempre a expectativa de que o índice seja bem-comportado e fique dentro da meta, e foi o que aconteceu. Do ponto de vista da comparação interanual, a diferença é na segunda casa decimal, considerada praticamente estável", argumentou o ministro. A inflação medida pelo IPCA, em 2012, ficou em 5,84%.

Para 2014, as expectativas são positivas, e os técnicos do governo não têm perspectiva de que a inflação tenha comportamento "fora do normal". "Estamos prevendo que a inflação este ano, assim como nos últimos dez, 11 anos, fique sob controle. O governo manterá todo esforço e atenção para que isso ocorra."

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