O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,47% em agosto, quase o dobro do percentual verificado em julho, de 0,24%. No mesmo mês do ano passado, o IPCA teve alta de apenas 0,05%. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou acima das previsões dos analistas, que segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, apostavam em alta de 0,38%. Nos primeiros oito meses do ano, o índice acumula alta de de 2,80%, mais alto do que em igual período de 2006 (1,78%). Nos últimos 12 meses, a variação foi de 4,18%.
De acordo com o IBGE, o leite e os derivados estão ditando o ritmo da inflação há quatro meses e não há sinais claros do fim da pressão sobre o IPCA.
- Em agosto, o grupo já começou a desacelerar, mas há informações de que o leite já estaria subindo de novo em algumas áreas produtoras - disse Eulina Nunes dos Santos, economista do instituto.
Mas, segundo ela, a conversão da conta de telefone de pulso para minutos deve provocar uma redução no item telefone fixo em setembro.
- Os administrados e o próprio dólar estão ajudando a conter a inflação em 2007. Isso vai se repetir em setembro. No ano, a própria energia elétrica já trouxe os preços para baixo e o efeito do dólar permeia todo o índice.
Alimentos foram os vilões
Como já havia ocorrido com outros índices de inflação, os alimentos foram a principal fonte de pressão. Com alta de 1,39% no mês, eles foram responsáveis por 62% do peso total do índice de agosto. O leite e derivados ficou 5,77% mais caro no mês, contribuindo com 0,13 ponto percentual do índice, mesmo o recuo em relação ao resultado de julho (11,31%).
Já os produtos não alimenticios tiveram alta de 0,22% em agosto, contra queda de -0,03% em julho. A maior alta foi das tarifas de telefone fixo, cujas contas de agosto aumentaram 1,14%, influenciado, principalmente, por reajuste ocorrido no valor da assinatura e nas tarifas de fixo para móvel. Os itens que também se destacaram por exercerem pressão sobre o IPCA do mês foram: conserto de automóvel (1,41%), empregados domésticos (0,69%), plano de saúde (0,56%), colégios (0,49%) e ônibus urbanos (0,43%).
A gasolina teve a principal queda do mês, com -0,89%, contribuindo em -0,04 ponto percentual. Quanto ao álcool , o preço do litro caiu 3,76%.
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